Moraes manda polícia monitorar Bolsonaro em tempo integral
Por: Cenarium*
26 de agosto de 2025
MANAUS (AM) – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu, nesta terça-feira, 26, que a Polícia Penal do Distrito Federal realize o monitoramento 24 horas do endereço do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o ministro, a medida é necessária para afastar os riscos de que o ex-presidente tente fugir do País às vésperas do julgamento sobre a trama golpista, previsto para começar em 2 de setembro.
“O monitoramento realizado pelas equipes da Polícia Penal do Distrito Federal deverá evitar a exposição indevida, abstendo-se de toda e qualquer indiscrição, inclusive midiática, sem adoção de medidas intrusivas da esfera domiciliar do réu ou perturbadoras da vizinhança; ficando ao seu critério a utilização ou não de uniforme e respectivos armamentos necessários à execução da ordem“, diz Moraes.
A decisão foi tomada após o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), enviar um ofício à Polícia Federal um pedido de endurecimento das medidas contra Bolsonaro. No documento, o deputado diz ter informações seguras de que o ex-presidente planejava buscar asilo aos Estados Unidos, sem esclarecer suas fontes ou dar detalhes.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou com o reforço do efetivo policial no entorno da casa de Bolsonaro.
“Parece ao Ministério Público Federal de bom alvitre que se recomende formalmente à Polícia que destaque equipes de prontidão em tempo integral para que se efetue o monitoramento em tempo real das medidas de cautela adotadas, adotando-se o cuidado de que não sejam intrusivas da esfera domiciliar do réu, nem que sejam perturbadores das suas relações de vizinhança”, disse Paulo Gonet em documento enviado ao STF na segunda, 25.
Bolsonaro está preso
Bolsonaro está preso em sua residência em Brasília desde o último dia 4 de agosto, por determinação de Moraes. A decisão impôs novas restrições ao ex-presidente, incluindo a proibição de visitas, exceto de seus advogados e pessoas previamente autorizadas pelo Supremo, e a proibição de uso de aparelhos de comunicação, como celulares. Essas medidas complementam as que já estavam em vigor desde 18 de julho, quando Bolsonaro foi alvo de uma operação da PF.
A prisão domiciliar foi decretada após a constatação de que o ex-presidente descumpriu medidas impostas anteriormente, o que, segundo a decisão, inviabiliza a eficácia da investigação. Para o ministro, as evidências reunidas nos autos demonstram que era necessário aplicar uma providência mais rigorosa para assegurar a ordem pública e a efetividade do processo.
“O flagrante desrespeito às medidas cautelares foi tão óbvio que, repita-se, o próprio filho do réu, o senhor Flávio Nantes Bolsonaro, decidiu remover a postagem realizada em seu perfil, na rede social Instagram, com a finalidade de omitir a transgressão legal”, escreveu Moraes.