Morre aos 94 anos Nivaldo Santiago, popularmente conhecido como ‘maestro das águas’
04 de abril de 2021
O maestro era considerado um ícone da regência coral no Brasil (Reprodução/Internet)
Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium
MANAUS – Morreu na tarde deste domingo, 4, aos 94 anos, o maestro amazonense Nivaldo Santiago. Popularmente conhecido como “maestro das águas”, Nivaldo residia na cidade de Bom Despacho, interior de Minas Gerais e passava por várias complicações de Saúde há alguns meses, não resistindo ao agravamento do quadro.
A notícia entristeceu o domingo de Páscoa dos familiares, da comunidade artística e musical e dos amigos de Nivaldo. O regente, compositor e professor de música da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), Adroaldo Cauduro, considerou a morte do maestro uma perda imensurável para o Estado.
“É uma perda enorme para a cultura e para a música do Estado e do Brasil. Nivaldo era um grande compositor e, sobretudo dedicado e deixou um legado enorme na área da composição”, comenta o Adroaldo. Em homenagem ao maestro das águas, Adroaldo, que também era amigo pessoal de Nivaldo, fez uma homenagem ao querido amigo e colega de profissão logo após ser noticiado o falecimento do emérito.
“Dediquei o concerto de hoje à tarde- Páscoa 2021 Madrigal Amazonas e Orquestra Sinfônica da UEA- especialmente a ele, que ele finalmente descanse e que a comunidade artística não deixe seu nome e seus trabalhos caírem no esquecimento”, pontou Adroldo.
Nivaldo era referência no setor musical no Estado (Reprodução/Internet)
Histórico
Nivaldo de Oliveira Santiagonasceu no Amazonas no dia 14 de julho de 1929. Estudou e se graduou em piano na Faculdade de Música Carlos Gomes na cidade de São Paulo, também estudou órgão na Itália e se especializou em musicologia em Lisboa, Portugal.
O maestro das águas se dedicou também aos cantos corais onde desenvolveu de forma desbravadora a criação de corais em São Paulo, Belém e Manaus. No ano de 2014, recebeu o título de professor emérito por sua trajetória na música da região Norte do Conselho Universitário da Universidade Federal do Amazonas- Ufam. Dentre muitos feitos realizados pelo artista músico, a transformação do Conservatório de Música Joaquim Franco em unidade acadêmica da Universidade do Amazonas, em 1968, foi um marco em sua trajetória.
Ele também foi diretor do antigo Instituto de Letras e Artes, hoje Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais – IFCHS. Recebeu uma homenagem literária com o livro “Nivaldo Santiago: uma Amazônia em música” por seus 80 anos e pela criação do Coral João Gomes Júnior.
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