Morre terceira vítima de ataque com molotov contra lésbicas na Argentina

Coquetel Molotov (Reprodução/iStock)
Carol Veras – Revista Cenarium*

MANAUS (AM) – Um ataque com coquetel molotov em Buenos Aires, na Argentina, resultou na morte da terceira vítima, uma das quatro mulheres lésbicas que residiam no local. Maria Rachid, representante da Federação Argentina LGBT, confirmou o óbito uma semana após o incidente, considerado um crime de ódio.

O ataque aconteceu na madrugada da última segunda-feira, 6. O agressor, um homem de 62 anos não identificado, provocou o incêndio na pensão onde as mulheres viviam. A polícia afirma que o fogo foi iniciado com panos encharcados em uma substância inflamável, como gasolina.

Após o incêndio se espalhar, a pensão em Barracas, Buenos Aires, foi evacuada. As três vítimas do ataque faleceram em dias sucessivos devido às queimaduras: a primeira na terça-feira, dia 7; outra na quarta-feira, dia 8; e a última nesse domingo, dia 12. A quarta vítima ainda se recupera em um hospital. O agressor está detido e encontra-se em observação após se autolesionar.

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Críticas ao governo

No governo do atual presidente da argentina, Javier Milei, do partido libertário, o feminismo foi desqualificado como “uma luta ridícula e antinatural entre o homem e a mulher”. Essa política ocasionou fechamento do Ministério das Mulheres e do Instituto Nacional contra a Discriminação, além da proibição da linguagem inclusiva na administração pública.

O movimentado foi qualificado como “uma luta ridícula e antinatural entre o homem e a mulher”, em um discurso do presidente em Davos, no dia 17 de janeiro.

Javier Milei (Reprodução/Redes Sociais)

Estabelecido em 1995 pela Lei de Atos Discriminatórios (24.515), o Instituto Nacional contra a Discriminação, a Xenofobia e o Racismo (Inadi) era uma entidade descentralizada do governo argentino, vinculada ao Ministério da Justiça e Direitos Humanos. Seu propósito era desenvolver políticas nacionais para enfrentar todas as formas de discriminação, xenofobia e racismo.

“Expressamos nossa preocupação às instituições envolvidas no caso e no processo judicial, uma vez que este crime de ódio não é um incidente isolado e está inserido em discursos que são irresponsavelmente reiterados pelo Governo nacional. A comunidade LGBT+ é historicamente discriminada, e a crise econômica e a escassez de acesso à moradia agravam sua situação de vulnerabilidade” declarou o Ministério da Mulher de Buenos Aires, governado por Axel Kicillof, membro do Partido Justicialista, de oposição à Milei.

O caso levou aliados e membros da comunidade LGBTQIAPN+ a protestarem em frente ao Congresso Argentino e à pensão onde as vítimas residem. As manifestações salientaram críticas ao governo Milei, acusando-o de disseminar discurso de ódio que influenciaria no aumento dos crimes contra minorias.

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(*) Com informações da Folhapress
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