Morta em SP, amazonense é enterrada em cidade do interior do AM
Por: Marcela Leiros
03 de novembro de 2024
Clisia Lima da Silva era amazonense e morava há dois meses em São Paulo (Reprodução/Redes sociais)
MANAUS (AM) – O corpo da amazonense Clisia Lima da Silva, 35 anos, encontrada morta em São Paulo nesta semana, foi enterrado neste domingo, 3, no município de Rio Preto da Eva, a 57 quilômetros da capital Manaus. O enterro foi marcado por emoção dos familiares e amigos.
O velório teve início ainda na madrugada deste domingo na Funerária Almir Neves, no bairro Centro, Zona Sul da capital amazonense. Depois das despedidas no local, o cortejo seguiu para o cemitério municipal de Rio Preto da Eva, onde o corpo foi enterrado.
O corpo da amazonense chegou em Manaus nesse sábado, 2, em translado realizado pelo Governo do Amazonas. A família chegou a iniciar uma campanha online para arrecadar dinheiro para custear o translado do corpo da vítima.
Ela morava há cerca de dois meses no interior paulista com o namorado, identificado como Edson Cardoso Fernando Sales. Ele é o principal suspeito do crime e foi preso na quinta-feira, 31. Clisia Lima da Silva foi encontrada morta no Rio Jaguari, em Piracaia (SP), na quarta-feira, 30.
O crime
Clisia foi encontrada morta dentro do rio com os pés e mãos amarrados, nas proximidades de uma ponte de 20 metros de altura. O delegado responsável pelo caso, Sandro Montanari, da Seccional de Bragança Paulista, afirmou que a jovem morreu vítima de politraumatismo craniano, com fraturas na cabeça e coluna, causadas por um golpe de grande impacto.
Além disso, a perícia constatou que a vítima não apresentava sinais de luta ou resistência, o que indica que o ataque pode ter acontecido de forma inesperada.
Provas de agressão
A delegada titular da Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais do Amazonas (Deaai), Joyce Coelho, publicou, no sábado, 2, conversas que a amazonense Clisia Lima da Silva manteve com pessoas próximas antes de ser encontrada morta no interior de São Paulo. No conteúdo das mensagens, a jovem relata ameaças e agressões do namorado.
Em uma das conversas, registrada às 19h22, a jovem afirma que disse ao namorado que “não ia acostumar” a morar em São Paulo. Na mesma conversa, cuja data não é possível identificar, Clisia escreve que o Edson Cardoso “chorou e disse que se arrependeu” da mudança.
Eles moravam na cidade há cerca de dois meses. A mulher conta, ainda, que foi humilhada, sofreu tentativa de agressão e que pediu para voltar ao Amazonas.
Na sequência, a vítima informa que o namorado pediu a ela que esperasse um homem, identificado na conversa como “Israel”, efetuar um pagamento para o retorno ao Amazonas. “Dia 05”, escreveu. Veja:
Em outra conversa, registrada às 11h30, Clisia afirma que denunciou o namorado e que voltará ao Amazonas “no domingo”. Também não é possível comprovar a data da conversa. A outra pessoa, de identidade não revelada, pergunta o que aconteceu, e a jovem relata que foi agredida por Edson. “Ele me agrediu. [Estou] na delegacia”, diz a vítima em mensagens.
A pessoa também pede que Clisia se afaste do agressor: “senão tu vai morrer” e recebe a resposta: “Isso mesmo”. A vítima também informa, na conversa, que vai para a casa de outra mulher, identificada apenas como Fabíola. “Vou para a Fabíola”, disse. Veja capturas de tela:
Na legenda da publicação que revelou as conversas mantidas entre a vítima e pessoas próximas antes do crime, Joyce Coelho faz um alerta para que as mulheres “não desprezem ossinais! A vítima de feminicídio vê o ciclo se repetindo até a agressão fatal!”, declarou.
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