Morte de garimpeiro aumenta tensão em áreas de proteção no Pará
28 de agosto de 2023
Unidade de Conservação (UC) do Tapajós abrange os municípios de Itaituba, Jacareacanga e Novo Progresso (Reprodução/ICMBio)
Daleth Oliveira – Da Revista Cenarium Amazônia
BELÉM (PA) – Durante operação contra garimpo ilegal, uma equipe do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foi recebida a tiros na Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós, no oeste do Pará, na última sexta-feira, 25. No confronto, um garimpeiro identificado como Garcia Vieira, acabou sendo ferido e após ser socorrido não resistiu e veio a óbito.
Em nota, o Ibama informou que “foi alvo de disparos e um confronto se sucedeu, resultando no ferimento de um dos indivíduos envolvidos”. Entretanto, garimpeiros e apoiadores da atividade ilegal afirmam que os agentes agiram com “truculência”. A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para investigar a situação.
O órgão esclareceu ainda que o garimpeiro, “estava portando uma pistola e efetuou disparos contra os agentes ambientais, que reagiram à agressão”. O caso foi registrado no garimpo denominado “Canta Galo”, no município de Jacareacanga.
Garimpeiro foi socorrido e levado ao hospital de helicóptero, mas não resistiu aos ferimentos (Reprodução)
A operação destruiu 100 máquinas e desmobilizou 29 acampamentos de garimpo ilegal desde o dia 10 de agosto. A ação é realizada em conjunto com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e tem apoio da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Força Nacional de Segurança Pública e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
A Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós abrange os municípios de Itaituba, Jacareacanga e NovoProgresso. É uma área que concentra um grande volume de alertas de garimpo no País, especialmente, em Unidades de Conservação (UCs) e Terras Indígenas (TIs).
Aumento de tensão
Após o confronto, alguns políticos paraenses usaram as redes sociais para propagar mensagens de ódio contra o Ibama. O deputado estadual do Pará, Wescley Tomaz (PSC), por exemplo, publicou um vídeo afirmando que o garimpeiro havia sido executado na operação, o que não procede. Ele também chamou os agentes federais de “covardes” e defendeu a legalização do garimpo em unidades de conservação.
O senador Zequinha Marinho (Podemos) também se manifestou contra a operação e a favor dos garimpeiros. Ele publicou que “a truculência de alguns agentes do Estado só aumenta a tensão no Pará”. Em outro post, defendeu a regularização da atividade.
Como vice-presidente da Frente Parlametar da Mineração Sustentável (FPMin) no Senado, reafirmo a necessidade do governo trabalhar para que os pequenos mineradores possam regularizar sua atividade em bases legais e sustentáveis, e evitar assim casos como a morte de Garcia Vieira. pic.twitter.com/HuWwjtrZEA
“Como vice-presidente da Frente Parlamentar da Mineração Sustentável (FPMin) no Senado, reafirmo a necessidade do governo trabalhar para que os pequenos mineradores possam regularizar sua atividade em bases legais e sustentáveis e evitar, assim, casos como a morte de Garcia Vieira“, disse o paraense.
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