Mourão diz que estuda outras fontes de financiamento além do Fundo Amazônia

Vice-presidente diz que reativação do Fundo Amazônia será prioridade no segundo semestre. (Roque de Sá/Agência Senado)

Da Revista Cenarium*

MANAUS – Em audiência com senadores para falar sobre as ações do governo federal para enfrentar o desmatamento na Amazônia, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou que estão sendo exploradas alternativas de financiamento internacional para projetos na Amazônia. Há tratativas com Alemanha e Noruega para liberação dos recursos do Fundo Amazônia, bloqueados desde agosto de 2019.

“Nós estamos trabalhando nessa questão do financiamento”, disse. Segundo ele, há sinalizações de interesse por parte do Reino Unido e dos Estados Unidos. Essas outras opções de financiamento também aguardam reversão da tendência de desmatamentos e queimadas crescentes. O vice-presidente informou que os recursos bloqueados no Fundo Amazônia estão na ordem dos R$ 2,8 bilhões, fora o que renderam no BNDES.

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Mourão preside desde o início do ano o Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL), que coordena e integra as ações governamentais relacionadas à região. Até fevereiro, o conselho estava sob alçada do Ministério do Meio Ambiente.

Críticas a Salles

Ao comentar críticas feitas pelos senadores à atuação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o vice-presidente afirmou que o ministro sofre por algumas decisões ruins tomadas no passado e por declaração dada na reunião ministerial de 22 de abril. Segundo ele, tem-se buscado colocar o ministro numa posição melhor. “Ele é um ministro do presidente e por enquanto desfruta da confiança do presidente Bolsonaro”, disse.

Questionado, Mourão afirmou não saber se o presidente Jair Bolsonaro estuda a demissão do ministro. Segundo ele, Salles tem cumprido as orientações do conselho e sido parceiro na política ambiental e no combate às ilegalidades.

Acordo Mercosul-UE

Ao comentar o acordo Mercosul-União Europeia, o vice-presidente disse que o tema ambiental é caro para os europeus e afirmou que qualquer motivo pode ser usado pelos países do bloco europeu para não referendar o acordo.

“Nós temos que fazer o nosso dever de casa e combater as ilegalidades que ocorrem na região amazônica não dando margem de sermos acusados de não estarmos protegendo a área da Amazônia e não tendo política ambiental afinada com os acordos que nós assinamos”, disse ele.

Mourão também anunciou que o governo federal deve enviar ao Congresso uma proposta para que os recursos destinados às ações de preservação da Amazônia sejam separados do restante do Orçamento destinado ao meio ambiente. Segundo Mourão, a proposta deve ser discutida nesta quarta-feira (15) em reunião do Conselho Nacional da Amazônia, que é presidido por ele.

O convite ao vice-presidente partiu da coordenadora da Frente Parlamentar Ambientalista no Senado, Eliziane Gama (Cidadania-MA) e do senador Telmário Mota (Pros-RR). Apesar da participação da maioria dos senadores por videoconferência, Mourão está presencialmente na sala de comando da sessão, ao lado do presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP).

(*) Com informações do Congresso em Foco

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