Mourão diz que redução do desmatamento anual na Amazônia deve ser muito irrisória


03 de agosto de 2021
Mourão diz que redução do desmatamento anual na Amazônia deve ser muito irrisória
Desmatamento entre os Estados do Amazonas e Rondônia (Greenpeace)

Com informações da Folha de S. Paulo

BRASÍLIA – O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou nessa segunda-feira, 2, que a redução do desmatamento anual na Amazônia do atual ciclo deve ser “muito irrisória” e que o País não deve conseguir atingir a meta de diminuir a atividade em 10%, como ele havia anunciado.

“Fechou o ciclo [medido pelo Prodes] no dia 31 de julho. Provavelmente não vou cumprir aquilo que eu achava que seria o nosso papel, de chegar a 10% de redução [do desmatamento]. Acho que vai dar na faixa de 4% a 5% [de redução]. É uma redução muito pequena, muito irrisória, mas já é um caminho andado”, disse o vice, ao chegar ao gabinete da vice-presidência, em Brasília.

O Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), produz as taxas anualizadas de desmatamento por corte raso na Amazônia. A apresentação oficial da estimativa dos dados ocorre no final do ano.

A expectativa de Mourão era registrar uma diminuição mais significativa do desmatamento no bioma para enviar um sinal de compromisso do Governo Jair Bolsonaro (sem partido) com o combate a ilícitos ambientais.

O avanço da desflorestação se converteu no principal problema para Bolsonaro na arena internacional, com EUA e países europeus pressionando o Brasil por maior comprometimento nessa área.

A meta, no entanto, encontra obstáculos na retórica antiambiental de Bolsonaro e no enfraquecimento de agências ambientais, Ibama e ICMBio.

No final de junho, Bolsonaro renovou por mais dois meses a operação de emprego de militares na Amazônia para o combate a crimes ambientais. O prazo da chamada GLO (Garantia da Lei e da Ordem) vai até 31 de agosto.

O Governo Bolsonaro tem recorrido às Forças Armadas para ações de fiscalização na Amazônia desde a onda de queimadas registrada no bioma em 2019.

Até este ano, as pressões internacionais vinham principalmente da Europa, mas a situação mudou com a chegada de Joe Biden ao governo dos EUA, em janeiro.

Biden colocou o combate às mudanças climáticas como prioridade de sua agenda e se juntou aos europeus nas gestões junto ao Brasil para conseguir uma redução no desmatamento.

Questionado nesta segunda, Mourão disse que no momento não é necessário uma nova prorrogação da GLO.

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