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Movimento lança ‘Cartilha de Combate à Intolerância Religiosa e ao Fundamentalismo na Amazônia’
Cartilha promove o Combate à Intolerância Religiosa e ao Fundamentalismo Religioso na Amazônia (Imagem Ilustrativa/Ingimage)
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13 de maio de 2022
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS — A Rede Ecumênica Amazonizar lança neste sábado, 14, a Cartilha de Combate à Intolerância Religiosa e ao Fundamentalismo Religioso na Amazônia. A iniciativa será realizada a partir das 9h durante o evento gratuito e aberto ao público “Diálogos Amazônicos: Pluralidade Religiosa numa Amazônia ferida”, no auditório do Instituto de Teologia Pastoral e Ensino Superior da Amazônia (Itepes), na zona Centro-Sul de Manaus.
O documento é fruto de um trabalho coletivo da Rede Ecumênica Amazonizar, que integra instituições religiosas e da sociedade civil, além de movimentos militantes de defesa ao meio ambiente e às causas sociais. A cartilha, além de combater a intolerância e a discriminação dos povos da Amazônia, defende causas ecológicas, direitos humanos e o respeito às diferenças culturais.
“Essa cartilha é um instrumento que estamos usando tanto em escolas quanto em movimentos sociais e comunidades tradicionais, que vem fomentar e sensibilizar em relação a uma cultura de diálogo, respeito ao próximo, às diferentes matrizes religiosas e à vida na Amazônia”, comentou o professor de Ensino Religioso e membro da Comunidade Anglicana de Manaus, Iuri Lima.
De acordo com Iuri Lima, a cartilha já está sendo usada em diversos pontos da Amazônia, como Manaus, Porto Velho e Macapá. “Já tivemos uma experiência com a cartilha com alunos indígenas, em São Gabriel da Cachoeira (AM) e comunidades quilombolas no Curiaú, em Macapá”, citou o professor.
Intolerância religiosa
No Brasil, a intolerância religiosa é crime, de acordo com o artigo 208 do Código Penal, que prevê punições que vão de um mês a um ano de detenção ou multa. Além disso, a liberdade religiosa é garantida pela Constituição Federal, no artigo 5º, inciso VI.
Segundo o Ministério dos Direitos Humanos, a intolerância religiosa ocorre frequentemente pelo País. Em 2018, conforme o órgão ministerial, o Brasil registrou 506 casos de desse tipo de crime. As principais religiões discriminadas foram a Umbanda (72), Candomblé (47), testemunhas de Jeová (31), matrizes africanas (28) e alguns segmentos evangélicos (23).
“Quando falamos de combate à intolerância religiosa, estamos percebendo um cenário muito dramático com o País, que acha normal tacar fogo na Amazônia, discriminar os povos originários. Vemos um discurso de intolerância que descredibiliza os direitos humanos e, também, observamos um discurso antivacina, antiecologia, antiamazônia, e que discrimina as minorias religiosas, como as comunidades afro-brasileiras, indígenas e nós, como movimento, rede e comunidade de fé, somos contra esse tipo de atitude de intolerância”, frisou Iuri Lima.
Amazonizar
A Rede Ecumênica Amazonizar é uma iniciativa realizada, em Manaus, por ocasião da Semana de Oração pela Unidade Cristã de 2018, onde membros e representantes de comunidades cristãs locais decidiram se aproximar e se reunir para rezar pela unidade.
Integram a Rede Amazonizar: a Fraternidade Amigos do Evangelho – Bispado Primaz do Amazonas; a Comunidade Anglicana de Manaus – Diocese Anglicana da Amazônia da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil; a Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Manaus – Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil; a Fraternidade Ortodoxa São Nicolau – Exarcado da Igreja Ortodoxa da Gália para o Brasil; organismos da Igreja Católica Apostólica Romana, como o Movimento Focolares Manaus.
Fazem parte também: o Instituto de Teologia Pastoral e Ensino Superior da Amazônia (Itepes/CNBB Norte); o Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (Sares); as redes Um Grito pela Vida, Economia de Francisco e Clara. Além das Igrejas, organismos e movimentos das referidas denominações, integram a Rede a Associação de Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (AMARN – NUMIA KURA) e a Associação de Parteiras tradicionais Algodão Roxo.
“Esses movimentos e entidades compõem essa grande Rede Amazonidar, que é uma iniciativa pioneira na região amazônida de várias comunidades de fé defendendo a questão da temática ecológica e da dimensão do diálogo e, ao mesmo tempo, combatendo toda e qualquer atitude de intolerância e discriminação religiosa, e que interfira também com discursos antiecológicos e antidireitos humanos”, explicou o professor Iuri Lima.
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