Movimentos sociais lideram pautas no encontro do G20 em Belém


Por: Fabyo Cruz

31 de outubro de 2024
Movimentos sociais pressionam por políticas no G20 em Belém (Fabyo Cruz/CENARIUM)
Movimentos sociais pressionam por políticas no G20 em Belém (Fabyo Cruz/CENARIUM)

BELÉM (PA) – No encontro do Grupo de Trabalho de Redução de Risco de Desastres (GTRRD) do G20, no Hangar – Centro de Convenções, em Belém, movimentos sociais marcaram presença para apresentar pautas urgentes. O evento, que reúne representantes de 25 países e 11 organismos internacionais, ocorre até 1º de novembro na capital paraense e é coordenado pelo Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) e pelo Ministério das Cidades, no contexto da presidência brasileira do G20.

Nesta quinta-feira, 31, durante a abertura do evento à imprensa, lideranças sociais tiveram a oportunidade de dialogar diretamente com autoridades nacionais e internacionais. Entre os participantes estavam Regina Mota, do Movimento Afrodescendente do Pará (Mocambo); Ursula Vidal, secretária de Cultura do Pará, representando a vice-governadora Hana Ghassan Tuma; Wolnei Wolff, secretário nacional de Proteção e Defesa Civil do MIDR; e Guilherme Simões, secretário nacional de Periferias (SNP).

Representantes de movimentos sociais estiveram no Hangar – Centro de Convenções, em Belém (Fabyo Cruz/CENARIUM)

Em sua fala, Regina Mota destacou a importância de políticas públicas que promovam o fortalecimento de mulheres na Amazônia e no cenário do G20, bem como a necessidade de financiamento para projetos voltados à geração de emprego e renda. “Queremos fortalecer as áreas protegidas e assegurar que as comunidades indígenas e quilombolas sejam consultadas previamente antes de qualquer empreendimento econômico em seus territórios”, enfatizou Regina, chamando atenção para a urgência de frear práticas predatórias e exigir uma contribuição mais justa dos setores que mais lucram.

Regina Mota, do Movimento Afrodescendente do Pará – Mocambo (Fabyo Cruz/CENARIUM)

“Contudo, enfrentamos a resistência do mercado, que tenta nos retirar direitos. Precisamos inverter essa lógica predatória, sancionar as entidades financeiras públicas, e fazer com que quem ganha mais, quem lucra mais, pague mais. Isso é o que queremos ver na prática”, concluiu.

Para Guilherme Simões, o envolvimento dos movimentos sociais representa um avanço na formulação de políticas que busquem a redução de riscos de desastres e a proteção das comunidades vulneráveis. Ele ressaltou que a contribuição da sociedade civil foi essencial na construção da declaração ministerial, que será formalmente divulgada na sexta-feira, 1º.

Guilherme Simões, secretário nacional de Periferias (Fabyo Cruz/CENARIUM)

“O combate às desigualdades é a base da nossa estratégia para reduzir vulnerabilidades. Quanto mais acesso a direitos, menos riscos às pessoas enfrentarão diante de eventos climáticos extremos”, afirmou Simões à CENARIUM, destacando que o Brasil, sob sua liderança do G20, busca promover uma abordagem inclusiva e sustentável.

Declaração ministerial

Todos os países membros e convidados participaram da elaboração do documento, que concluiu um ano de trabalho conjunto. Guilherme Simões explicou que a declaração ministerial apresenta uma série de princípios orientadores para reduzir riscos globalmente. “O trabalho do Brasil neste grupo é guiado pelo combate às desigualdades para reduzir as vulnerabilidades. Entendemos que, quanto mais ações voltadas à redução de desigualdades forem tomadas, menores serão os riscos enfrentados pelas pessoas em desastres climáticos extremos. Investir em acesso a direitos é, sem dúvida, um caminho eficaz para prevenir e gerenciar riscos de maneira geral”, disse.

G20 em Belém

O encontro do Grupo de Trabalho de Redução de Risco de Desastres do G20, em Belém, começou na quarta-feira, 30, reservadamente para as autoridades internacionais. O evento encerra nesta sexta-feira, 1º. Essa é a última reunião antes da 19ª cúpula do G20, que reúne as maiores economias do mundo. O evento se insere na agenda da presidência brasileira do G20, que se concentra em uma abordagem inclusiva e sustentável até 30 de novembro.

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Editado por Adrisa De Góes

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