MP de Roraima aponta desvio de função no emprego de vigilantes como guardas municipais
Por: Winicyus Gonçalves
14 de setembro de 2023
Entrada do município de São João da Baliza (Foto: Secom-RR)
Wynicius Gonçalves – Da Revista Cenarium Amazônia
BOA VISTA (RR) – O Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) recomendou à Prefeitura de São João da Baliza, cidade a 224 quilômetros de Boa Vista, para que o município anule o ato administrativo que modificou a função de vigilantes patrimoniais para guardas civis municipais. A recomendação foi publicada no Diário Eletrônico do órgão desta quinta-feira, 14.
O pedido foi feito após denúncias nas redes sociais de que a Prefeitura havia contratado 24 guardas civis municipais sem concurso público, no mês passado. À época, a prefeitura argumentou que a Guarda Municipal Patrimonial é composta por servidores efetivos do antigo cargo de vigia, cujo quadro está em extinção – sendo portanto proibidas novas contratações para a categoria.
Desvio
De acordo com o MPRR, a mudança configura desvio de finalidade, além de ser inconstitucional, uma vez que é vedada a modalidade de provimento de servidores sem prévia aprovação em concurso público em cargos que não integram a carreira na qual haviam anteriormente sido investidos.
Conforme a Promotora de Justiça, Lara Von Held Fagundes, a vaga de guarda municipal deve ser preenchida em caráter efetivo com servidores devidamente concursados especificamente para esse cargo, como determina a legislação federal que regulamenta as Guardas Municipais.
“É inconcebível o enquadramento de vigilantes no cargo de agente da Guarda Civil Municipal, uma vez que constituem carreiras diferentes com particularidades e atribuições distintas”, explicou a Promotora de Justiça.
A Promotoria de Justiça da Comarca de São Luiz recomendou ainda, que o município viabilize o retorno dos vigilantes à função original no prazo máximo de 30 dias e contrate, por meio de processo licitatório, uma instituição devidamente habilitada para realizar concurso público para provimento de vagas para Guarda Civil Municipal.
Sede do Ministério Público de Roraima, em Boa Vista (Foto: Divulgação/MPRR)
A recomendação também prevê que o certame seja tenha critérios objetivos e realizado por provas e títulos, não sendo admitida a seleção por mera análise de currículo. O município deverá encaminhar ao MPRR, no prazo máximo de dez dias, informações sobre as medidas a serem adotadas para cumprir a recomendação.
A REVISTA CENARIUM AMAZÔNIA entrou em contato com a Prefeitura de São João da Baliza para saber se a recomendação será acatada, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.
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