MP-SP investiga policiais que fizeram saudação supostamente nazista
Por: Cenarium*
16 de abril de 2025
MANAUS (AM) – O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) iniciou nesta quarta-feira, 16, uma apuração sobre um vídeo em que policiais militares fazem, supostamente, saudação nazista e gestos supremacistas. O caso aconteceu em São José do Rio Preto (SP) e virou notícia após a PM-SP postar nos próprios canais oficiais o vídeo. O comandante do batalhão tem dez dias para responder ao MP.
Na gravação, ao lado de uma cruz pegando fogo, policiais fazem saudações que remetem a rituais nazistas e supremacistas, como os da Ku Klux Klan. O vídeo foi apagado.
O vídeo é do 9° Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), de São José do Rio Preto, e mostra vários policiais militares fardados, com viaturas e também bandeiras em um cenário vazio. O que chama atenção é que os policiais surgem com os braços erguidos na altura do peito, exatamente como é a saudação nazista.
Veja o vídeo:
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo disse que a Polícia Militar é uma instituição legalista e que repudia toda e qualquer manifestação de intolerância. “Assim que tomou conhecimento das imagens a corporação instaurou um procedimento para investigar as circunstâncias relativas ao caso”, afirmou o governo paulista.
Manifestações contrárias
A deputada estadual Ediane Maria (PSOL-SP) protocolou um pedido de investigação ao Ministério Público de São Paulo, nesta quarta-feira,16, em razão de imagens divulgadas de agentes da Polícia Militar cultuando gestos e símbolos nazistas.
De acordo com as imagens que passaram a circular nas redes sociais e na imprensa, os agentes aparecem com os braços direitos em riste, ao lado de cruzes em chamas, remetendo à simbologia utilizada por grupos de inspiração nazista e à Ku Klux Klan, organização racista estadunidense conhecida por praticar torturas e assassinatos contra a população negra.
Para solicitar a investigação, a deputada se baseou nos crimes de incitação da discriminação e divulgação do nazismo (Art. 20 da Lei 7.716/1989).
“O Tarcísio não pode mais fechar os olhos para o que está acontecendo. O secretário de segurança pública, Guilherme Derrite, precisa ser responsabilizado por essa polícia assassina, e agora, neonazista. É inadmissível que em um contexto de mortes violentas envolvendo policiais militares, com altos índices de letalidade ligados à corporação, que um grupo de agentes esteja ligado ou faça apologia sem o menor pudor a ideologias extremistas como a Ku Klux Klan ou o Nazismo. Isso é crime e exigimos as devidas responsabilizações e punições”, pontua a parlamentar.
A deputada também enfatiza que o caso é especialmente grave em um cenário de escalada da violência policial em que as principais vítimas são pessoas pretas. Ela exige como providências a identificação e afastamento imediatos dos envolvidos no ritual.