MPF investiga exoneração de diretor do Ibama, responsável por ‘mega operação’ na Amazônia


21 de abril de 2020
MPF investiga exoneração de diretor do Ibama, responsável por ‘mega operação’ na Amazônia
O diretor do órgão foi demitido após mega operação no Pará - foto: divulgação Ibama

Da Revista Cenarium

MANAUS – O Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação sobre as circunstâncias da exoneração do diretor de Proteção Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Olivaldi Alves Borges Azevedo, na última terça-feira (14).

O inquérito civil vai ser conduzido pelo MPF com o objetivo de apurar se houve desvio de finalidade e quais serão os reflexos da decisão, especialmente nas operações de fiscalização que estão em curso na Amazônia.

A saída do diretor ocorreu em meio a uma megaoperação iniciada em 4 de abril, que tinha a finalidade de combater o desmatamento e garimpo ilegais em terras indígenas e proteger milhares de indígenas que vivem na região contra a propagação da contaminação pelo coronavírus.

A fiscalização encontrou invasores e destruiu maquinários pesados que estavam destruindo a floresta dentro das áreas indígenas, o que atendia uma série de recomendações feitas pelo próprio MPF.

O pedido de apuração chegou ao MPF no Distrito Federal por meio das Câmaras de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (4CCR) e de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais (6CCR) do MPF que acreditam haver indícios de que o afastamento do diretor pode estar relacionado à operação do Ibama, como resposta à insatisfação dos grupos que praticam o esbulho e a dilapidação do patrimônio público ao financiar a exploração ilegal e predatória de recursos naturais dentro das terras indígenas.

Coordenação

A exoneração do servidor ocorreu dois dias depois da divulgação de uma megaoperação contra garimpos e madeireiras ilegais no interior do Pará na área das Terras Indígenas Apyterewa, Araweté e Trincheira Bacajá. Foram encontrados garimpos ilegais em plena atividade, serrarias funcionando no meio da mata, grande volume de armas e munições não legalizadas e animais silvestres em sacolas, posteriormente soltos pelos fiscais do Ibama.

Comandada pela Divisão de Proteção Ambiental (Dipro) do Ibama, a ação teve início em 4 de abril. Além de combater o desmatamento e o garimpo ilegal, a operação visa à proteção de milhares de indígenas de vários povos que vivem na região, contra a disseminação do novo coronavírus. Durante a ação, fiscais do Ibama queimaram as estruturas dos garimpos e as máquinas usadas para a extração ilegal. A operação ganhou repercussão nacional após ser divulgada pelo programa Fantástico, no último dia 12.

A investigação do MPF aponta para a possibilidade de haver improbidade administrativa no ato de exoneração do diretor, pela violação aos princípios da moralidade, eficiência administrativa e legalidade.

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