MPF investiga morte de homem durante operação da Polícia Federal em Belém
Por: Cenarium*
09 de outubro de 2025
BELÉM (PA) – O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento investigatório criminal (PIC) para apurar as circunstâncias da morte de Marcello Vitor Carvalho de Araújo, de 24 anos, ocorrida na manhã dessa quarta-feira, 8, durante o cumprimento de mandados da Operação Eclesiastes, deflagrada pela Polícia Federal (PF) no bairro do Jurunas, em Belém (PA).
A Procuradoria informou que o procedimento foi aberto ainda nesta quarta-feira e que foram requisitadas informações à Superintendência Regional da PF no Pará, ao Instituto de Criminalística e ao Instituto Médico Legal (IML).
A medida tem como base as Resoluções 181/2017, 20/2007 e 310/2025, do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que tratam da investigação criminal, do controle externo da atividade policial e da apuração de mortes envolvendo agentes de segurança pública.
“Embora tenha recebido atendimento imediato, não resistiu aos ferimentos”, disse a Polícia Federal em publicação no site oficial.

Operação Eclesiastes
Deflagrada pela Polícia Federal também nessa quarta-feira, 8, a Operação Eclesiastes teve como objetivo desarticular uma organização criminosa envolvida com tráfico internacional de drogas e lavagem de capitais. Segundo a PF, relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontaram movimentações superiores a R$ 1 bilhão em um sofisticado esquema de ocultação de valores.
As investigações indicam que o grupo utilizava embarcações pesqueiras para o transporte de drogas e mantinha uma rede de colaboradores em vários Estados do País. Um empresário paraense, já falecido, é apontado como o principal articulador da logística e das transações ilícitas, realizadas por meio de empresas de fachada e “laranjas”.
No total, foram cumpridos 19 mandados de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão, além do sequestro judicial de bens e valores que podem chegar a R$ 1,5 bilhão, conforme decisão da 4ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Pará. As ações ocorreram em Belém, Ananindeua e municípios da região metropolitana, com o apoio de um grande efetivo policial.
A PF informou ainda que o grupo é investigado por financiar garimpos ilegais e pela entrada irregular de ouro no País, o que revela a conexão entre tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e mineração ilícita. Durante a operação, foram apreendidos documentos, celulares, veículos de luxo e valores em espécie, além do bloqueio judicial de contas bancárias e imóveis residenciais.