MPF-PA aguarda esclarecimentos de Damares Alves sobre ‘tortura de crianças traficadas’


16 de outubro de 2022
Former minister made allegations without evidence about serious torture crimes, agencies await response (Reproduction)
Former minister made allegations without evidence about serious torture crimes, agencies await response (Reproduction)

Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS – O Ministério Público Federal (MPF) segue aguardando o registro de denúncia formal sobre crimes de tortura sofrido por crianças e bebês supostamente traficados, relatados pela ex-ministra do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), Damares Alves, durante campanha para o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), no domingo, 9.

Damares relatou durante um culto na Assembleia de Deus, em Goiânia (GO), que crianças da ilha de Marajó, no Pará, são traficadas para o exterior e submetidas a extração de dentes e dietas severas para viabilizar práticas sexuais e também afirmou que o número de estupro de recém-nascidos cresceu e que o Ministério teria em mãos, vídeos dessas ações.

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Ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves (Republicanos) (Reprodução)

De acordo com o MPF-PA, órgão responsável por receber e investigar essas denúncias, entre os anos de 2006 e 2015, foram instaurados três inquéritos civis e um policial a partir de denúncias de tráfico de crianças no Marajó, mas em que nenhum dos relatos tinham as “torturas citadas pela ex-ministra Damares Alves”.

A unidade do MPF no Pará segue aguardando informações da secretária executiva do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), Tatiana Barbosa de Alvarenga, sobre os supostos crimes citados pela ex-titular da pasta. Na terça-feira, 11, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), órgão do MPF para a defesa dos direitos humanos, e o MPPA também solicitaram essas informações ao MMFDH. 

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A ex-ministra Damares Alves (Reprodução)

Procuradores e procuradoras da República no Pará também pedem que a Secretaria Executiva do MMFDH informe quais providências tomou ao descobrir os casos e se houve representação (denúncia) ao Ministério Público ou à Polícia.

A princípio, a ex-ministra e agora senadora eleita, afirmou que as denúncias constavam em relatórios de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) já encerradas e de relatos enviados à Ouvidoria do Ministério. Após a repercussão da fala, Damares atribuiu as denúncias a conversas que teve “na rua” com pessoas de Marajó.

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