MPF promove reunião com órgãos de combate ao garimpo ilegal na região amazônica


18 de janeiro de 2024
MPF promove reunião com órgãos de combate ao garimpo ilegal na região amazônica
Garimpo no Rio Uraricoera, Terra Indígena Yanomami (Christian Braga/Greenpeace)
Da Revista Cenarium*

MANAUS (AM) – O Ministério Público Federal (MPF) realizou, na última segunda-feira, 15, uma reunião com órgãos de combate ao garimpo ilegal para obter informações sobre o andamento de operações na região amazônica, além de integrar esforços para fortalecer a fiscalização e repressão à atividade na região. Realizado na sede do MPF em Manaus, o encontro foi conduzido pelo procurador da República André Luiz Porreca Ferreira Cunha e teve participação de representantes do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia e Marinha do Brasil.

Um dos pontos abordados foi o planejamento e os métodos utilizados para inutilização e destruição de instrumentos utilizados no garimpo, em especial, de dragas fluviais, cuja descoberta e acesso exigem alto custo logístico e operacional. A destruição in loco de dragas e balsas utilizadas para a extração ilegal de minério é recomendada pelo MPF, pois gera a descapitalização da atividade ilegal, evita a continuidade de danos ambientais e produz um efeito pedagógico de desestímulo para a realização de novas atividades ilícitas. Cada draga custa, aproximadamente, R$ 1 milhão.

Piscinas de garimpo ilegal de ouro na região do Alto Tapajós, na Amazônia paraense (Gustavo Basso/National Geographic)

Os representantes dos órgãos presentes na reunião compartilharam dificuldades técnicas e operacionais rotineiras associadas a este tipo de atividade. As entidades se comprometeram a analisar a possibilidade de aprimoramento da estrutura de pessoal e da infraestrutura técnica de combate ao garimpo ilegal, promover a interlocução com outros entes federativos, implementar medidas de fiscalização das embarcações utilizadas no garimpo do ouro, bem como estudar meios para aprimorar os métodos utilizados para a destruição e a inutilização das dragas apreendidas em operações de fiscalização.

Operações articuladas

Diversas ações articuladas entre o MPF, Ibama, Exército brasileiro e outras instituições de fiscalização foram empreendidas, nos últimos anos, na tentativa de coibir o garimpo ilegal na região amazônica. Em uma única operação, realizada em 2019, foram destruídas mais de 50 balsas de garimpo ilegal que operavam nos rios Jutaí, Curuena e Mutum, no município de Jutaí (a 751 quilômetros de Manaus). No mesmo ano, o MPF recomendou ação semelhante para combate a crimes ambientais nas imediações do Rio Japurá.

Os representantes dos órgãos presentes na reunião se comprometeram a promover encontros periódicos, a fim de coordenar iniciativas e unificar práticas de prevenção e combate ao garimpo ilegal. O MPF realiza o acompanhamento dos casos por meio de procedimentos internos, inquéritos e ações civis públicas. O órgão ministerial criou, em 2022, 30 ofícios especiais para acompanhamento da questão socioambiental na Amazônia, dez deles com atribuição exclusiva.

Leia mais: Forças Armadas enfraquecem combate ao garimpo ilegal na Terra Yanomami
(*) Com informações do Ministério Público Federal no aamazonas (MPF-AM)

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