MPRJ abre inquérito para investigar se vereador Gabriel Monteiro violou direitos ao fiscalizar abrigos da prefeitura

Um trecho do vídeo mostra o político discutindo com funcionários que tentavam impedir sua entrada (Reprodução/Internet)

Com informações do O Globo

RIO DE JANEIRO – O Ministério Público estadual do Rio (MPRJ) abriu inquérito para investigar se o vereador Gabriel Monteiro (PSD) violou o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ao fiscalizar abrigos da prefeitura no período noturno. O inquérito vai analisar se o político e sua equipe desrespeitaram os menores e os funcionários ao perturbar o descanso noturno das unidades de acolhimento, e se os expuseram ao risco de contágio pelo novo coronavírus.

Imagens gravadas pela equipe do vereador e publicadas nas redes sociais mostram Gabriel Monteiro acompanhado de ao menos cinco pessoas durante uma fiscalização noturna realizada sem aviso-prévio em um dos abrigos. Um trecho do vídeo mostra o político discutindo com funcionários que tentavam impedir sua entrada.

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Membro da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Gabriel Monteiro alega que recebeu denúncias sobre as condições de funcionamento das unidades fiscalizadas, e afirma que a Lei Orgânica do Município autoriza sua entrada nas unidades. O artigo 47 da lei municipal diz: “No exercício de seu mandato, o vereador terá livre acesso às repartições públicas municipais e a áreas sob jurisdição municipal onde se registre conflito ou o interesse público esteja ameaçado”.

“Minha função principal como vereador é fiscalizar e saber se o poder público está dando condições ao povo”, disse Monteiro, em um vídeo publicado nesta segunda-feira nas redes sociais.

No entanto, Gabriel Monteiro está proibido de fazer fiscalizações noturnas por decisão do Tribunal de Justiça do Rio. No dia 30 de março, a juíza Mônica Labuto Fragoso Machado, da 3ª Vara da Infância e da Juventude, acolheu um pedido da Secretaria municipal de Assistência Social impedindo a fiscalização noturna. Segundo a magistrada, independentemente da pandemia de Covid, a fiscalização noturna é “absolutamente inconstitucional”, já que viola o direito fundamental do repouso noturno.

Segundo o MPRJ, foi enviado um ofício à Comissão de Direitos Humanos da Câmara para saber se a visita a essas unidades fazia parte de um cronograma de inspeção da comissão. À TV Globo, a assessoria da vereadora Teresa Bergher (Cidadania), que é presidente da comissão, informou que não havia nenhum cronograma de visitas a abrigos e que elas estão proibidas por determinação da Justiça.

O MPRJ também entrou com uma ação civil pública para apurar as irregularidades no abrigo visitado pelo parlamentar.

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