Iraildes é pesquisadora da temática de gênero, além de ser coordenadora do Grupo de Estudo, Pesquisa e Observatório Social, Gênero, Política e Poder (Gepos), da ufam, a quem também agradeceu pela contribuição nas pesquisas que resultaram em mais de 30 livros e artigos científicos.
“Quero agradecer, especialmente, às mulheres da floresta, com quem eu faço pesquisa e que são as protagonistas dos meus livros. Quero agradecer também a minha equipe, o meu grupo de pesquisa, o Gepos, que é vinculado ao CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico] e à Universidade Federal do Amazonas“, disse, durante a homenagem, lembrando dos desafios enfrentados para se torna-se escritora.
Iraildes Caldas é escritora e pesquisadora do Amazonas (Luiz André Nascimento/CENARIUM)
“Eu que venho do interior do Amazonas, do Paraná do Ramos, venho lá dos rincões, onde não chegam muito as políticas públicas, não chegava a escola, e eu vim estudar na cidade grande, em Manaus, e aqui eu comecei a minha vida sempre fazendo leituras da literatura brasileira, Machado de Assis, José de Alencar, todas essas leituras que eu fui fazendo e eu fui tomando gosto pela escrita“, recordou.
A pesquisadora foi uma das 36 homenageadas pelo data comemorativa instituída no Amazonas a partir de Projeto de Lei (PL) do deputado estadual Cabo Maciel (PL). Para o parlamentar, a homenagem é um forma de reconhecer os autores da Amazônia que têm a missão de mostrar a realidade da região.
“Dar a eles essa oportunidade, esse reconhecimento, por todo o trabalho que eles desempenham no Amazonas como escritores, levando aí as histórias, a realidade da nossa região, do nosso País, a realidade do nosso Estado, na escrita, para todos aqueles que gostam de ler, de uma boa história, de uma boa mensagem de vida, muitas das vezes transcrita no livro“, declarou.
Escritores foram homenageados na Aleam (Luiz André Nascimento/CENARIUM)
Vozes da escrita
Outra homenageada foi a escritora amazonense de obras como “O leão e a libélula” e “Emma e a estrela das águas“, Alessandra Leite. Morando em São Paulo, ela falou da invisibilização dos escritores amazônidas em relação aos grandes centros urbanos, onde há mais oportunidades de publicação e de chegar aos leitores.
“Eu acredito [que a homenagem] tem uma importância simbólica muito grande. Por que nós escritores, sobretudo nós escritores amazônidas, somos muitas vezes invisibilizados pela distância dos grandes centros, pelas dificuldades de publicação, de fazer o nosso trabalho chegar nos leitores, que é o que é o nosso objetivo“, lembra, pontuando que, apesar das dificuldades, cabe aos escritores amazônidas usarem esse espaço para contar as histórias dos povos da região.
Alessandra Leite é autora de livros como “O leão e a libélula” e “Emma e a estrela das águas” (Luiz André Nascimento/CENARIUM)
“Eu digo que ser escritora amazônida hoje, para mim, pelo fato de não estar mais aqui, é notório que a gente precisa colocar essas vozes nossas da Amazônia para o mundo por meios da nossa escrita, da nossa palavra, das nossas histórias. Ninguém melhor do que nós, amazônidas, para falar de nós mesmos“, conclui Alessandra Leite.
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