Mulheres se unem para enfrentar pobreza, violência e desigualdade no Marajó
Por: Cenarium*
20 de outubro de 2025
MANAUS (AM) – Com altos índices de extrema pobreza, mortalidade materna e infantil, gravidez na adolescência e violência doméstica, o arquipélago do Marajó, no Pará, impõe muitos obstáculos às suas meninas e mulheres. Mas as marajoaras não estão de mãos atadas: para enfrentar esses problemas, elas se unem em coletivos e grupos de apoio mútuo, incentivo à autonomia e preservação das tradições locais.
Uma associação de parteiras, um grupo de carimbó que atravessa gerações, uma roda de conversa de mães atípicas e projetos sociais focados no protagonismo das mulheres são exemplos dessa união feminina na cidade de Breves, a maior do Marajó.
Uma dessas iniciativas é a Associação das Parteiras Tradicionais do Município de Breves (Asparmub), que busca manter viva essa função tão antiga, ao mesmo tempo em que se atualiza com o conhecimento técnico para oferecer mais segurança às gestantes.
As integrantes —pouco mais de cem mulheres— tiveram acesso a cinco capacitações com profissionais de saúde e a um kit com medidor de pressão e sonar para ouvir o coração do bebê.
“Antes, o parto era feito sem luvas, em condições difíceis. Hoje, com o kit, ficou muito mais digno. Já é possível detectar uma hipertensão gravídica ou outra intercorrência“, conta a líder do grupo, Maria Augusta Borges, 60.
A Asparmub foi selecionada para um projeto de saúde popular da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e tem planos de abrir uma casa de parto.
“É uma tradição passada de mãe para filha, de uma vizinha para a outra, e que hoje está mais valorizada. Conseguimos nosso lugar na sociedade”, prossegue Augusta.
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