Na política, ninguém trai; reposiciona-se: tendências pelo poder no Amazonas
Por: Paula Litaiff
12 de outubro de 2025
Em política, ninguém trai; reposiciona-se. Na lógica estratégica da política contemporânea, como aponta Giovanni Sartori (1994), não há alianças permanentes, mas sim movimentos orientados pela oportunidade e pela racionalidade do poder.
Essa poderá ser a principal justificativa do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), e do senador Eduardo Braga (MDB/AM) para declinarem do apoio ao senador Omar Aziz (PSD/AM) na eleição ao Governo do Amazonas, caso fique confirmada a saída do governador Wilson Lima (União Brasil) do cargo para a disputa de uma das duas vagas ao Senado.
David Almeida enxerga no movimento político de Wilson Lima uma oportunidade inédita e talvez a última de alcançar o comando do Executivo estadual, meta que persegue há mais de três décadas, desde quando foi funcionário do senador do MDB. David deverá contar com a fidelidade canina do amigo de infância, Tadeu de Souza, atual vice-governador do Amazonas, que, definida essa conjuntura, ascenderá ao governo do Estado em seis meses.
Nesse cenário, Eduardo Braga tende a se reposicionar ao lado de David Almeida em uma eventual campanha ao Governo do Amazonas, ancorado pela conveniência e convergência de duas estruturas de grande peso político: as máquinas estadual e municipal.
O único elemento capaz de desajustar essa engrenagem política montada por David Almeida para 2026 seria uma recalibragem nos planos de Wilson Lima sobre o Congresso. Mas como ensina Sartori, na política nenhum movimento é gratuito. Todo reposicionamento implica custos e atende a finalidades específicas de poder para o tempo atual e vindouro…
