Na Rússia, Bolsonaro agradece Putin por defender soberania brasileira na Amazônia

Presidente brasileiro faz visita a Moscou no momento em que a Rússia ameaça invadir a Ucrânia (Reprodução/Youtube)

Com informações do Valor Amazônico

MOSCOU – Após um encontro reservado, os presidentes Vladimir Putin e Jair Bolsonaro fizeram uma declaração conjunta em que prometeram ampliar a cooperação e a interação entre Rússia e Brasil. O mandatário brasileiro iniciou sua fala após o encontro indicando que apreciou a posição de seu colega sobre a Amazônia.

“Quando alguns países questionaram a Amazônia como patrimônio da humanidade, eu quero agradecer a sua intervenção que sempre esteve ao nosso lado em defesa da soberania”, disse Bolsonaro, que lembrou que Brasil e Rússia têm as duas maiores coberturas florestais do planeta e prometendo uma cooperação ambiental.

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A declaração ocorreu no salão Catarina do Kremlin. O encontro foi marcado pelas condolências de ambos pela tragédia de Petrópolis (RJ), onde chuvas deixaram ao menos 38 mortos na terça-feira.

 — Foto: Reprodução Youtube

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Bolsonaro disse que o encontro favoreceu tratativas para ampliação de parcerias nas áreas de tecnologia, energia, defesa e agronegócio, onde os russos são importantes fornecedores de fertilizantes para os produtores brasileiros.

“O Brasil é uma potência do agronegócio. Existe mútuo interesse da nossa parte no comércio de fertilizantes, o que sou grato ao prezado amigo”, afirmou Bolsonaro. “Notamos interesse russo em plantas habilitadas brasileiras de produtos de origem animal”.

Ele destacou a interação entre as agências regulatórias dos dois países para expansão, por exemplo, dos estabelecimentos habilitados a exportar produtos de natureza animal e vegetal, inclusive pescado.

No campo da energia, Bolsonaro afirmou que existem “amplas possibilidades” para acréscimo de negócios na exploração de gás, petróleo e derivados, bem como exploração de águas profundas e hidrogênio e negociações em torno de pequenos reatores nucleares modulares. “Atribuímos elevada prioridade à dinamização da aliança tecnológica entre Brasil e Rússia”, acrescentou Bolsonaro.

Com uma hora de atraso, Bolsonaro chegou ao Kremlin por voltas das 14h, no horário de Moscou. Após se submeter a um último teste de covid-19 feito por uma equipe médica russa, o titular do Palácio do Planalto foi recebido por Putin com um aperto de mão e, sem entrar em detalhes, disse que o Brasil é “solidário à Rússia”. No contato inicial de pouco mais de três minutos, os líderes indicaram que esperam um crescimento da cooperação entre os dois países.

A primeira parte do encontro foi divulgada pelo governo russo. Em seguida, Bolsonaro e Putin tiveram uma reunião reservada de cerca de uma hora. Depois, seguiram para um almoço, antes de fazerem declaração à imprensa.

Ao todo, o mandatário brasileiro permaneceu no Kremlin por cerca três horas até a declaração conjunta. Inicialmente, o previsto era que a agenda bilateral durasse apenas duas horas. Os dois líderes chegaram juntos ao Salão Catarina por uma porta lateral, com Bolsonaro caminhando à frente. Putin falou por 8 minutos, e o brasileiros por cerca de 5 minutos. Ao final, dois apertaram as mãos mais uma vez e deixaram o local.

A imprensa acompanhou a declaração no local, mas os jornalistas não puderam fazer perguntas. O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), responsável pela estratégia digital do presidente, acompanhou a declaração sentado na área reservada para jornalistas brasileiros.

DNA E MESÃO

O exame de covid-19 realizado por Bolsonaro foi feito no hotel onde ele está hospedado por uma equipe médica russa destacada pelo governo local. O resultado foi negativo, o que garantiu o encontro bilateral. Integrantes do primeiro escalão também passaram pelo mesmo teste. Segundo autoridades brasileiras, ninguém testou positivo para a covid-19.

Após o encontro com Putin, Bolsonaro ainda terá reunião com empresários em Moscou e visitará o presidente da Duma, a câmara baixa russa.

Na quinta-feira, o presidente irá à Hungria para encontro com o primeiro-ministro Viktor Orbán.

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