Via Brasília – Da Revista Cenarium
Escudo do Exército
Mais um aliado do Governo Jair Bolsonaro (sem partido) a escudar suas trapalhadas, para dizer o mínimo, na conta do Exército. Em sua coluna, a jornalista Miriam Leitão denuncia que tem tudo para acabar em pizza o caso que apura o envolvimento do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, com contrabandistas de madeira ilegal que atuam na região da Amazônia. Salles justificou seu encontro com o grupo por uma solicitação “feita pessoalmente” pelo ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos. Dividindo a responsabilidade com um general quatro estrelas, Salles justifica que por “questão de Estado” apenas teria seguido “uma ordem do chefe da Casa Civil”.
Costas largas
Além de contar com as costas largas do ministro general – mais antigo colega de farda de Bolsonaro, Salles ainda tem toda a boa vontade do Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras, para incinerar e jogar para debaixo do tapete seus malfeitos. Apesar de sua condição de investigado no caso, o que o obrigaria prestar esclarecimentos pessoalmente, o ministro Salles o fez por escrito, quando a lei estabelece que apenas testemunhas possam ter tal privilégio. Na PGR, o silêncio é ensurdecedor.
Boiada passando
Falando em incinerar, num breve balanço dos nossos desastres ambientais do último ano, temos o Pantanal com recorde de queimadas, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O bioma teve 10 vezes da área destruída em um ano comparado aos outros 18 anos. Na Amazônia, os indicadores de desmatamento já são os maiores em 10 anos, e atingiram 778 km² em abril de 2021, aponta o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). O valor representa uma alta de 45% na comparação com abril de 2020.
Sonhar não custa nada
Nestes dias em que se “comemora” a Semana do Meio Ambiente, um bom presente para o Brasil nesta data poderia ser a demissão do seu antiministro Ricardo Salles – calma…sonhar não custa nada. Infelizmente, tal decisão só sairia do terreno das ilusões perdidas se contássemos com um governo verdadeiramente comprometido com as futuras gerações, o que não é o caso. Definido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para orientar as discussões ambientais, o tema deste ano é “Restauração de Ecossistemas”, só nos resta contar os números da nossa triste realidade e denunciar as omissões.
Compartilhe:
Comentários