‘Não acredito que ele se foi’, diz filha de vítima de acidente com moto aquática no AM


Por: Fred Santana

22 de setembro de 2025
‘Não acredito que ele se foi’, diz filha de vítima de acidente com moto aquática no AM
Petronilia Moraes da Silva, esposa de vítima de acidente com moto aquática vela marido em comunidade do AM (Ricardo Oliveira/CENARIUM)

MANAUS (AM) – A morte do vigia Pedro Batista da Silva, 42 anos, durante um acidente envolvendo uma moto aquática (jet ski) no Lago de Acajatuba, em Iranduba (AM), na noite do último sábado, 20, trouxe dor e indignação à família. O veículo aquático, conduzido pelo empresário e ex-vereador Robson Tiradentes, colidiu contra uma embarcação de pequeno porte onde estavam Pedro, Marcileia Silva Lima, de 37 anos, e o bebê dela, Jhon da Silva Gonzaga, de sete meses. Os três morreram com o impacto.

Maria Pamela, filha do vigia, relatou a dificuldade em aceitar a perda repentina do pai. “Eu ainda não acredito que ele se foi. Para mim, parece que ele saiu de madrugada para pescar, como sempre fazia. Meu pai sempre esteve presente no que podia. Agora, querem colocar a culpa toda nele e em pessoas que não estão mais aqui”, afirmou a estudante de enfermagem de 19 anos.

Maria Pamela é filha de uma das vítimas do acidente que deixou três mortos no AM (Erik Oliveira/CENARIUM)

A viúva, Petronilia Moraes da Silva, também falou sobre o episódio. “Foi muito doloroso perder ele. Às vezes eu fico me perguntando por que estavam de jet ski à noite, no escuro. Ainda tentam jogar a culpa, mas eles não prestaram socorro. Também disseram que meu marido bebia, mas fazia 11 anos que ele não bebia mais. Nós somos evangélicos e frequentamos a igreja”, contou.

Emocionada, Petronilia pediu que os responsáveis sejam punidos. “Eu só quero justiça, que os culpados paguem, porque a vida dele não volta mais. Só vão ficar as lembranças”, desabafou. O corpo de Pedro Batista foi velado na igreja da comunidade São Tomé, em Iranduba, e enterrado na tarde deste domingo, 21. A Capitania dos Portos acompanha as diligências sobre o acidente.

Embarcação ‘vinha no escuro’

Um dos sobreviventes do acidente envolvendo uma moto aquática, Geovane Gonzaga, relatou, em entrevista exclusiva à TV CENARIUM, que “o jet ski vinha no escuro” no momento da colisão, registrada por volta de 22h30 de sábado, 20, em uma comunidade rural do município. Gonzaga é marido e pai de duas das vítimas fatais do caso: Marcileia Silva Lima, 37 anos, e Jhon da Silva Gonzaga, de sete meses.

Família e moradores de comunidade do AM em velório de vítimas de acidente (Ricardo Oliveira/CENARIUM)

Na entrevista concedida nesta segunda-feira, 22, Gonzaga detalhou os momentos que antecederam o impacto no Rio Negro, na comunidade Acajatuba, zona rural de Iranduba (AM). Segundo ele, o condutor da embarcação em que estava utilizava uma lanterna para emitir sinais de luz, mas não houve tempo de evitar a aproximação da moto aquática.

“Eu estava retornando para casa. Aí o Pedro vinha com a lanterna, ele focava de vez em quando. Vinha focando, ele vinha focando. Agora o jet ski a gente não viu, porque eles vinham no escuro também. Quando a gente sentiu só foi o impacto”, disse. Gonzaga contou, ainda, os primeiros instantes após serem arremessados na água após a colisão.

Condução noturna de motos aquáticas é proibida

Em nota à CENARIUM, a Marinha do Brasil, autoridade marítima brasileira, afirma que estabelece regras específicas para a condução de motos aquáticas em todo o País. Conforme a NORMAM/212/DPC, documento que regula a atividade de motonautas, a condução desses veículos é restrita ao período entre o nascer e o pôr do sol, ficando proibida a navegação noturna. A medida tem como objetivo garantir maior segurança na prática, considerando que a visibilidade reduzida aumenta o risco de acidentes.

Trecho retirado da NORMAM 212/DPC (Reprodução/Marinha do Brasil)

Além do horário limitado, a norma determina que tanto o condutor quanto o passageiro usem coletes salva-vidas homologados e que a embarcação esteja equipada com a chave de segurança conectada ao condutor, recurso que desliga o motor em caso de queda. Também é exigido que a moto aquática possua registro junto à Capitania dos Portos e que o piloto seja habilitado como Motonauta (MTA), garantindo que apenas pessoas capacitadas possam conduzir esse tipo de embarcação.

A proibição da navegação noturna de motos aquáticas é vista como uma medida preventiva fundamental. Sem iluminação adequada e com a menor visibilidade durante a noite, aumentam os riscos de colisões, quedas e outros acidentes que podem ser fatais. Por isso, a rnoite, aumentam os riscos de colisões, quedas e outros acidentes que podem ser fatais. Por isso, a regulamentação da Marinha busca equilibrar o lazer e o esporte aquático com a segurança dos envolvidos.

Leia mais: Marinha investiga acidente com jet ski conduzido por empresário que causou mortes de ribeirinhos no AM
Editado por Jadson Lima

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