Jennifer Silva – Da Revista Cenarium
MANAUS – O epidemiologista da Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Leônidas e Maria Deane – Fiocruz Amazônia, Jesem Orellana, alertou nesta segunda-feira, 5, para um recrudescimento da segunda onda de Covid-19 no Amazonas. Para o especialista, a estabilização de infectados não indica superação do segundo pico da doença.
Para Jessem, é de suma importância a realização de pesquisa científica em tempos de pandemia, defendendo mais investimento e celeridade à causa científica, para solução de problemas, como a vacinação. “O governo federal corta recursos da ciência e a desacredita, mesmo sem ter ideia do que fazer para resolver o problema”, afirma.
“Os recursos nesse período estão mais escassos, o que dificulta a realização das pesquisas científicas. E com a demanda aumentando, porque a sociedade solicita respostas, não apenas para temas relativos à pandemia, mas para tantas outras prioritárias, como as ciências sociais que têm sido ainda mais sacrificada”, declarou Jesem Orellana.
Negacionismo
O epidemiologista conta que um dos maiores medos, enquanto profissional que atua na linha de frente nas pesquisas científicas do novo coronavírus, são as narrativas negacionistas da população, além da negação da ciência e os resultados do trabalho dos pesquisadores científicos. “Os repetidos alertas sobre os perigos da terceira onda em Manaus e no Amazonas não têm assustado a população”, disse Orellana.
Recursos
O corte de recursos federais e a espera de resultados para serem solucionados os problemas causados por uma pandemia, segundo Jessem Orellana, é uma das maiores problemáticas enfrentadas por pesquisadores. “Em pandemias como a de Covid-19 é muito sofrido, o governo federal corta recursos da ciência e a desacredita, mesmo sem ter ideia do que fazer para resolver o problema”, conta o epidemiologista.
Terceira onda
Orellana diz que a possibilidade de uma terceira onda da Covid-19 no Amazonas não é um fato. “Não é correto falar em terceira onda neste momento. A queda na incidência da doença é um fato e agora estamos na estabilização da segunda onda. Mas em patamares altos, podemos estar em um recrudescimento da segunda onda. Portanto, o momento atual remete a uma situação ainda pior, já que sequer saímos da segunda onda. Como falar em terceira onda, se você ainda está claramente preso na segunda onda? Seria como pedir o divórcio antes do casamento”, finalizou o epidemiologista da Fiocruz.
Edição: Carolina Givoni
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