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‘Não vou fazer jogo baixo’, diz Lula sobre disputa contra Bolsonaro à Presidência em 2022
O ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) (Miguel Schincariol e Sergio Lima/AFP)
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28 de maio de 2021
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium
MANAUS – O ex-presidente Lula (PT) afirmou que não vai fazer o “jogo sujo” e “baixo” do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), se tiver que disputar contra ele na eleição para Presidência em 2022. Em entrevista por videoconferência a um veículo de comunicação de Manaus nesta sexta-feira, 28, Lula ainda exaltou a importância do desenvolvimento sustentável da Amazônia, por meio da manutenção da BR-319 e garantia da Zona Franca de Manaus (ZFM).
“Eu vou levar o Bolsonaro como ele merece ser levado. Não vou fazer o jogo rasteiro, não vou fazer o jogo baixo, porque isso não ajuda a construir a nação soberana que nós precisamos criar”, disse ele.
A última pesquisa Datafolha para a eleição de 2022 mostrou que, das intenções de voto, Lula tem 41%; Bolsonaro, 23%; Moro, 7%; e Ciro, 6% no 1º turno. No 2º turno, Lula venceria a eleição por 55% contra 32% de Bolsonaro.
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Coerência
O ex-presidente – que foi condenado a cumprir pena de oito anos e dez meses por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá, em São Paulo, e foi solto após 580 dias de prisão – disse que tem “coerência política”, algo que, segundo ele, Bolsonaro não tem.
“Se você for analisar minha vida, você vai perceber que eu tenho uma coerência política e tenho um comportamento quase retilíneo. O mesmo não acontece com o atual presidente, que não sabe o que ele é, a não ser que ele não gosta do povo, não gosta de negro, não gosta de índio, não gosta da Amazônia, o que ele gosta mesmo é de miliciano”, atacou Lula.
Candidatura
Lula também falou sobre a atual movimentação política que tem feito, se encontrando com políticos e líderes sindicais. Referente à possível candidatura em 2022, não confirmou, mas também não negou a possibilidade. Disse ainda que tem vontade de entrar na disputa presidencial.
“Eu vou ficar esperando. Se eu puder ser candidato, se tiver condições, se o PT concordar e os partidos aliados concordarem, eu vou ser candidato. Tenho muita chance de disputar e ganhar as eleições”, disse, ressaltando ainda que tem “muita vontade de consertar o País, junto com o povo brasileiro”.
Sobre um recente encontro com o também ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e uma possível aliança entre os dois partidos, que viralizou na internet, Lula falou sobre manter relações democráticas e de respeito com aliados e opositores.
“Com Fernando Henrique Cardoso foi uma reunião pra discutir a questão da democracia neste País. Ele foi presidente, eu fui presidente, nós éramos de partidos diferentes, mas éramos partidos civilizados em que a gente disputava, discutia, divergia, mas a gente nunca saiu do campo da normalidade política. Hoje nós temos um presidente que não discute, não debate, só sabe falar palavração, só sabe xingar”, disse ele.
Desenvolvimento da Amazônia
A respeito do desenvolvimento sustentável e econômico da Amazônia, Lula pontuou a importância de garantir a segurança da Zona Franca de Manaus. O ponto foi destacado principalmente em referência ao episódio recente envolvendo o presidente Bolsonaro, no qual ele teria feito ataques ao polo econômico como para atingir a atuação de parlamentares do Amazonas na CPI da Pandemia.
“A Zona Franca vai continuar, porque é o coração do desenvolvimento do Estado do Amazonas. Então, não adianta um presidente ficar fazendo ameaça velada ao presidente da CPI. Ele tem que saber que a Zona Franca não foi criada para contemplar políticos, foi criada para contemplar o Estado do Amazonas e o povo do Amazonas que tem direito a ter acesso a trabalho e dignidade”, falou, lembrando ainda da prorrogação da vigência da ZFM até 2073 assinada no Governo Dilma Rousseff (PT).
BR-319
Referente à rodovia BR-319, que liga o Amazonas a Rondônia, Lula destacou que é necessário discutir o desenvolvimento da região pautando também a preservação ambiental. Nos Governos Lula e Dilma, o Ministério dos Transportes, via Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), injetou R$ 474.477.000 na reconstrução da BR-319, mas a rodovia continuou inacabada.
“Se a gente tiver pensando em desenvolvimento, em crescimento, tanto de Rondônia quanto do Amazonas, tem que ter a rodovia. É possível construir a rodovia controlando todas as fúrias de alguns empresários que querem desmatar sem nenhum critério, da gente preservar tudo que for possível preservar? Eu acho que é. É possível preservar, é possível cuidar de todas as questões ambientais que são necessárias. Nós precisamos recomeçar a discutir essa estrada”, pontuou ele.
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