Nascem primeiros gêmeos de casal gay no Brasil gerados com material genético dos dois pais

Gêmeos Marc e Maya são os primeiros do Brasil gerados com material genético dos dois pais (Foto: Reprodução)

Com informações do Infoglobo

Nasceram os primeiros gêmeos de um casal gay, no Brasil, gerados com a genética dos dois pais. A realização só foi possível após a nova resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que permite utilizar óvulos de parentes de até quarto grau para gerar bebês. Marc e Maya chegaram ao mundo nessa quarta-feira, 24, através da barriga solidária da prima de Gustavo Catunda e Robert Rosselló, que estão juntos há 10 anos.

Muito desejados pelos pais, a história dos gêmeos começou no ano passado, quando, através das redes sociais, Gustavo pediu para a prima, Lorenna Resende, ser a barriga solidária do casal. Sem hesitar, ela disse que sim, dando início aos procedimentos de fertilização in vitro.

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Maya nasceu primeiro, às 11h08, com 45cm e 2,3kg. Dois minutos depois, às 11h10, Marc veio ao mundo com 44,5cm e 2,3kg.

“Hoje foi sem dúvidas o dia mais longo e mais emocionante das nossas vidas. O sentimento é impossível de descrever. Não, nunca sentimos nada que se comparasse ao sentimento que tivemos hoje! Nosso amor de casal, que já era o maior do mundo, agora tomou uma proporção imensurável. O amor de uma família que se formou hoje. Nosso maior legado”, escreveram Gustavo e Robert nas redes sociais.

Desde que resolveram que queriam ser pais, o casal tinha o sonho de usar a combinação de material genético de ambos. No entanto, em 2015, descobriram que não iam poder usar o óvulo da irmã de Gustavo por conta das leis do Brasil, na época. A legislação prevista permitia apenas que a doação de material genético fosse feita de forma anônima, sem saber a procedência biológica da doadora.

Com a alteração da norma do CFM, os bebês puderam ser gerados a partir do óvulo da irmã de Gustavo, Camila Catunda, o sêmen de Robert e a barriga de Lorenna.

Nas redes sociais, o ginecologista que acompanhou o casal e Lorenna publicou que a chegada dos gêmeos representa um marco para a comunidade LGBTQIA+.

“Sem dúvidas, um marco na história da reprodução assistida, no Brasil, e uma vitória também para a comunidade LGBTQIA+”, disse.

Para o casal, os filhos são frutos de anos de resistência da comunidade gay, e não há tabus ou dúvidas: “a Lorenna vai ser tia das crianças, não mãe”, disseram.

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