Nike rompeu com Neymar em investigação de assédio sexual, mostram documentos

O jogador do Paris Saint-Germain (PSG), Neymar (Franck Fife /AF)
Com informações da Folha de S. Paulo

SÃO PAULO – O rompimento entre Nike e Neymar, em agosto do ano passado, deu-se em meio a uma investigação sobre um suposto ato de assédio sexual do jogador, publicou The Wall Street Journal e confirmou a Folha. Uma funcionária da empresa acusa o atleta de ter tentado forçá-la a praticar sexo oral, o que é negado por ele.

A mulher diz ter relatado o suposto incidente a amigos e colegas em 2016. De acordo com documentos obtidos pelo jornal norte-americano, ela protocolou em 2018 uma reclamação formal, que passou a ser investigada pela empresa de material esportivo. A Nike explicou, segundo o diário, que Neymar não cooperou com essa apuração e por isso teve o contrato encerrado.

Fontes próximas ao jogador disseram à Folha que a acusação já era conhecida por ele e seu pai. Foi por orientação de advogados contratados pelo atleta que ele decidiu se recusar a colaborar com a investigação.

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A funcionária, que não teve a identidade revelada, afirma que o caso se deu em junho de 2016, quando o atacante esteve em Nova York para uma campanha publicitária com a participação de Michael Jordan. Segundo ela, foi no hotel em que estava hospedado o jogador que ocorreu o assédio sexual.

Naquela ocasião, a mulher trabalhou na logística do encontro entre o craque do futebol e o do basquete. Até hoje empregada pela Nike, ela disse ter decidido apresentar sua queixa em 2018, quando outras trabalhadoras da empresa decidiram se manifestar, apontando casos de abuso e discriminação.

De acordo com os documentos obtidos por The Wall Street Journal, a Nike contratou advogados da firma Cooley LLP para conduzir uma investigação a partir de 2019 e deixou de usar a imagem do brasileiro em novas campanhas. Como não teria havido cooperação do jogador, a empresa finalizou o contrato e suspendeu a investigação.

“A Nike encerrou seu relacionamento com o atleta porque ele se recusou a cooperar de boa-fé na investigação a respeito das alegações feitas pela funcionária”, afirmou ao jornal Hilary Crane, conselheira-geral da Nike.

Neymar, 29, foi ligado à Nike dos 13 aos 28 anos. Na ocasião do rompimento, a empresa norte-americana não apresentou justificativas para o término do contrato, que tinha previsão de duração por mais oito anos. Hoje, o atleta tem acordo de patrocínio com a Puma, que preferiu não se manifestar sobre o caso.

Respostas

Folha entrou em contato também com os representantes do atacante, que reiteraram sua inocência. Seu pai, Neymar da Silva Santos, disse que a acusação apareceu por este motivo: “Simplesmente, porque saímos da Nike”. “Neymar não tem nem ideia de quem é a moça”, afirmou, aos berros, exaltado.

Procurada pela Folha, a Nike não se manifestou até a publicação deste texto.

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