‘Ninguém fechará esta corte, nós a manteremos de pé’, diz Presidente do STF sobre discurso de Bolsonaro

O Ministro do STF, Luiz Fux (Reprodução/ STF)
Cassandra Castro – Da Cenarium

BRASÍLIA – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, abriu a sessão desta quarta-feira, 8, com um discurso sobre as manifestações de 7 de Setembro e rebateu os ataques feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante as mobilizações.

Fux afirou que o Supremo esteve atento às manifestações e detalhou sobre os cartazes e palavras de ordem ondem que veicularam duras críticas à Corte e aos membros. “Vocalizadas pelo senhor presidente em Brasília e São Paulo”, disse o ministro.

Fux proferiu as palavras como chefe do poder judiciário e do STF, ressaltando que a palavra patriotismo diz respeito também às instituições do país. “A convivência em visões diferentes sobre o mesmo mundo é pressuposto da democracia”, disse o ministro que também reiterou que “em toda a sua trajetória nesses 130 anos de vida republicana, o STF jamais se negou e jamais se negará a aprimoramento institucional da democracia”, ponderou Fux.

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“Ofender a honra dos ministros e incitar a população a propagar o discurso de ódio são práticas antidemocráticas, ilícitas e intoleráveis”, comentou Luiz Fux. O presidente do STF também se dirigiu ao povo brasileiro, alertando sobre “falsos profetas do patriotismo que ignoram a democracia verdadeira”.

Jair Bolsonaro discursa para milhares de manifestantes na Avenida Paulista (Reprodução/YouTube)

Narrativas

O presidente do STF também pediu que o povo não caia na tentação das “narrativas fáceis e messiânicas que criam falsos inimigos da nação. Mais do que nunca, nosso tempo requer respeito aos poderes constituídos. O verdadeiro patriota não fecha os olhos para os problemas reais e urgente do país, pelo contrário, procura enfrentá-los”, completou.

Quase no fim do discurso, o ministro Fux voltou a afirmar que o STF não aceitará ameaças à independência, nem intimidações no exercício regular de suas funções. Ele também citou, além dos juízes da Suprema Corte, todos os mais de 20 mil magistrados do Brasil que têm compromisso com sua independência assegurada na Constituição.

O presidente do Supremo também conclamou os líderes brasileiros para que se dediquem aos reais problemas que assolam o país como a pandemia, o desemprego a inflação e a crise hídrica. Em uma frase foi categórico: “Ninguém fechará esta corte, nós a manteremos de pé”, finalizou.

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