Níveis de poluição do ar crescem novamente em Manaus


Por: Carol Veras

25 de outubro de 2024
Níveis laranjas de qualidade do ar (Reprodução/PurpleAir)
Níveis laranjas de qualidade do ar (Reprodução/PurpleAir)

MANAUS (AM) – Os sistemas de monitoramento de qualidade do ar, na noite desta sexta-feira, 25, tornaram a mostrar níveis elevados de micropartículas poluentes no ar em Manaus. O aplicativo Purple Air, registrou a qualidade laranja para o ar na capital amazonense, com piora nos bairros Coroado, Zona Leste da cidade, Cachoeirinha, na Zona Sul e Tarumã, localizado na Zona Norte.

Conforme descrição da plataforma, a categoria laranja indica que “membros de grupos sensíveis podem experimentar efeitos na saúde com 24 horas de exposição. O público geral é menos propenso a ser afetado”.

Qualidade do ar em Manaus (Reprodução/Purple Air)

De acordo com outro sistema de monitoramento, que apresenta o panorama de queimadas no Brasil, do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Cenispam), o Painel do Fogo, há dois focos de incêndios próximos a Região Metropolitana de Manaus, em Careiro (AM) e Careiro da Várzea (AM), municípios distantes 88 quilômetros e 25 quilômetros da capital, respectivamente. Veja:

Focos de incêndios próximos a Manaus (Reprodução/Paninel do Fogo)

Outro aplicativo, dessa vez indicando a direção dos ventos, mostra a corrente de ar se originando do Sul ao Norte, passando pelas regiões afetadas pelos incêndios em direção à capital amazonense. A direção dos ventos é a principal razão pela qual a fumaça de outras regiões de focos de incêndio chega a Manaus, de acordo com o coordenador do projeto EduCair da Unversidade do Estado do Amazonas (UEA), professor Rodrigo Souza, afirmou à CENARIUM anteriormente. Veja:

Direção dos ventos (Reprodução/Windy)
Transporte

A meteorologista do Inmet Andrea Ramos explicou à CENARIUM que o fenômeno responsável pelo deslocamento da poluição do ar: os chamados “rios voadores”, cientificamente chamados de jatos de baixos níveis. Os “rios” são correntes de vento que transportam a umidade da região amazônica e formam-se em determinados níveis da atmosfera. 

“Essa umidade no ar funciona como uma pluma, que se expande e interage com essas correntes de vento que percorrem pelo País”, explicou a especialista. Dessa forma, quando os poluentes resultantes dos incêndios atingem as correntes, também são transportados por todo o continente.

O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), indicou que, até o dia 14 de agosto deste ano, foram registrados 3.968 focos de calor em todo o Estado. O número elevado transpareceu na nuvem cinza de fumaça que cobriu Manaus durante o mês.

Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere que a concentração anual média de partículas finas no ar não deve exceder 5 µg/m³ (microgramas por metro cúbico). Em agosto, no Amazonas, essa concentração está em 16 microgramas, o que representou três vezes o valor recomendado.

Leia também: Especialistas discutem impactos das queimadas na qualidade do ar durante Fórum Climático
Editado por Jadson Lima

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