No Abril Indígena, evento da OAB-AM dá visibilidade à luta dos povos originários
13 de abril de 2023
Indígenas das etnias Kanamari, Matis e Mayuruna estiveram presentes no evento (Jander Souza/Revista Cenarium)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium
MANAUS – A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Amazonas (OAB-AM) realizou, nesta quinta-feira, 13, o “Vozes da Floresta”, primeiro evento da instituição dedicado aos povos indígenas. A cerimônia faz parte da programação do Abril Indígena, mês dedicado a dar mais visibilidade à luta e resistência dos povos originários, e ocorreu na sede da Ordem, na avenida Umberto Calderaro Filho, bairro Adrianópolis, Zona Centro-Sul de Manaus.
Presidente da OAB-AM, Jean Cleuter (ao centro); evento é o primeiro voltado aos povos indígenas organizado pela instituição (Jander Souza/Revista Cenarium)
O “Vozes da Floresta” concedeu homenagens a lideranças indígenas do Amazonas, autoridades e apoiadores da causa. Participaram também da celebração a presidente da Comissão de Amparo e Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas, Inory Kanamari — por videoconferência — , e a diretora-executiva da REVISTA CENARIUM, Paula Litaiff.
Uma das lideranças homenageadas foi a cacica da comunidadeInaua Popyngare Sankiry, Socorro Apurinã. Ela foi homenageada pelo trabalho de 28 anos na saúde. Hoje, atua como conselheira estadual de saúde, é defensora popular no Núcleo da Defensoria Pública, e concede ajuda humanitária nas áreas urbanas de Manaus. A cacica pontuou que o evento representou mais uma porta aberta aos povos indígenas, o que fortalece a resistência e os ajuda a conquistar mais espaços de representatividade.
“Hoje, o índio é advogado, é mediador, é médico”, afirmou. “É mais uma ocupação [de espaço], e nós estamos avançando muito mais, estamos avançando nas esferas estaduais, municipais, interestaduais e internacionais, porque nós temos indígenas que estão fora do Brasil e nós agradecemos muito porque nós temos as nossas representações em Brasília, a nossa ministra Sonia Guajajara e a nossa presidente da Funai, Joênia [Wapichana]”.
A cacica da comunidade Inaua Popyngare Sankiry, Socorro Apurinã (Jander Souza/Revista Cenarium)
O “Vozes da Floresta” foi organizado pela Comissão de Amparo e Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas, com o objetivo de divulgação das diversas etnias, no Amazonas, assim como do conhecimento sobre as histórias e trajetórias. O presidente da OAB-AM, Jean Cleuter, destacou que o momento é de trazer à luz o debate sobre os povos indígenas e lutar pela defesa das suas comunidades.
“A OAB, além de trabalhar para a advocacia, ela também trabalha para a sociedade, e nós entendemos que esse momento é crucial para nós trabalharmos em defesa das comunidades, dos povos indígenas, dos povos originários”, explicou, lembrando ainda que a OAB-AM criou, de forma inédita, a primeira comissão de amparo e defesa dos povos indígenas.
O presidente da OAB-AM, Jean Cleuter (Jander Souza/Revista Cenarium)
O evento recebeu o apoio da Comissão de Direitos Humanos da OAB-AM, Fundação Estadual do Índio (FEI), Escola Superior de Magistratura do Amazonas (Esmam), Instituto Federal do Amazonas (Ifam), Faculdade La Salle e Faculdade Martha Falcão.
Indígenas de várias etnias estiveram presentes no evento (Jander Souza/Revista Cenarium)
Debate nas escolas
Além de lideranças indígenas e autoridades, estudantes também estiveram presentes no evento. O aluno do 1° ano do Ensino Médio do campus do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), Ítalo Joaquim, questionou sobre o porquê da luta e resistência dos povos ser tão pouco debatido nas escolas, quando se trata da história dos povos que deram origem ao País.
“É importantíssimo estarmos aqui vendo essa palestra e também depois, ocasionalmente, debater sobre esse assunto, porque desde sempre os povos indígenas estão desassistidos. Exemplo: não tocamos nesse assunto, na sala de aula, e por que não? Por que não falamos sobre? Precisamos dar mais atenção, jogar o holofote em cima dessa minoria que está sendo tão atacada ultimamente”, indagou ele.
Aluno do 1° ano do Ensino Médio do campus do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), Ítalo Joaquim. (Jander Souza/Revista Cenarium)
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