No AM, 58 cidades já sentem os reflexos da cheia dos rios e 18 atingiram cota de transbordamento

Avenida Epaminondas em Manaus, trânsito teve que ser alterado para veículos menores para avenida Sete de setembro. (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)
Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

MANAUS – O nível dos rios no Amazonas já registra recordes segundo a Defesa Civil Estadual que divulgou nesta sexta-feira, 21, um novo panorama da situação da enchente em 2021. Já são 58 municípios do Estado que já sofrem com a subida das águas dos rios Solimões, Negro, Juruá, Purus e Madeira, 25 cidades decretaram situação de emergência, 18 estão em situação de transbordamento, dez em alerta e cinco em atenção. São mais de 400 mil pessoas afetadas pelo fenômeno.

Em Manaus, o nível do rio Negro atingiu nesta sexta-feira, 21, a marca de 29 metros e 84 centímetros, faltando 13 centímetros para atingir a cota de 2012, que foi de 29 metros e 97 centímetros. Quinze bairros já sentem os reflexos da enchente do rio Negro. Moradores tiveram que deixar as residências, alguns subiram o assoalho para continuarem nas casas, outros aguardam ajuda do Poder Público Municipal para enfrentar o fenômeno natural que este ano de acordo com previsões do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) pode ultrapassar o recorde.

Imagem do rio Negro no Porto de Manaus, onde barcos de outros Estados atracam (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

No centro da capital, o cenário é de barcos bem próximos a calçadas e comerciantes tendo que se reinventar para atrair clientes em meio a pontes improvisadas. Demétrio Rodrigues é trabalhador autônomo há mais de 25 anos, na rua Barão de São Domingos, uma das mais afetadas pela subida das águas. “Por aqui, a gente já está até acostumado, né… porque, com o passar do tempo, a gente vai se acostumando com a situação, mas é meio difícil trabalhar”, relatou Rodrigues.

PUBLICIDADE

Situação de transbordamento

Segundo a Defesa Civil Estadual, 18 cidades do Amazonas estão em situação mais críticas porque as águas mudaram as rotinas dos municípios, em algumas delas o principal meio de transporte são canoas, 25 cidades estão em situação de emergência. Segundo o secretário da Defesa Civil Estadual, coronel Máximo, o status de transbordamento significa que o rio atingiu a cota e começa a transbordar causando danos, mais de 400 mil pessoas estão sendo afetadas pela enchente em 2021.

Relatório da Defesa Civil Estadual aponta 18 cidades que atingiram a Situação de Transbordamento. (Arte: Guilherme Oliveira/Revista Cenarium)

A cheia dos rios no Amazonas muda o hábito de diversos moradores que vivem às margens dos afluentes dos rios. Na capital, o aparecimento de animais silvestres, como serpentes, aumenta já que nesta época os animais tendem a procurar abrigo em locais fechados e aquecidos, e acabam entrando em residências habitadas.

Aparecimento de animais silvestres

De acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) entre janeiro e abril de 2021, foram distribuídas mais de 5.550 doses de soros antivenenos para acidentes com animais peçonhentos no Estado.

Prevenção

A gerente de Gerência de Zoonoses da FVS, Ana Cristina Campos, chama atenção da população, principalmente ribeirinha, aos cuidados necessários para evitar ataques de animais peçonhentos. “Neste período, os cuidados para evitar os acidentes devem ser redobrados para evitar essas ocorrências”, ressaltou Ana Cristina.

Alguns dos cuidados para evitar agressões por animais peçonhentos são: sempre observar os calçados e as roupas antes de usar, já que o animal pode se esconder dentro; manter o ambiente limpo; não colocar as mãos e pés em tocas; e, para trabalhadores rurais, é indispensável o uso de botas. Em caso de acidentes, procurar atendimento em um hospital o mais rápido possível.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.