No AM, Casa Miga cria banco de dados para auxiliar na inclusão de transexuais no mercado de trabalho

A população trans é uma das que mais sofre as consequências da falta de oportunidade no mercado de trabalho (Reprodução/Internet)

Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS – Com a hashatag #ContratePessoasTrans, a Casa Miga, um lugar de acolhimento direcionado aos LGBTQIA+, está montando um banco de currículos voltado para pessoas Trans em Manaus. A iniciativa busca, de forma inédita no Amazonas, auxiliar membros da comunidade T a se inserirem no mercado de trabalho. Os interessados devem enviar os currículos prontos para o e-mail [email protected].

Além disso, de acordo com o responsável pelo local, Lucas Brito, a equipe do espaço de acolhimento Casa Miga,também vai dispor de uma equipe para ajudar na edição do currículo, caso os interessados não possuam o documento de acordo com as necessidades do mercado. Para pedir ajuda, os interessados também podem entrar em contato pelas redes sociais da casa, (endereço não divulgado por medidas de segurança).

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“Pensando na vulnerabilidade desse público e sabendo também que hoje, desde a criação do currículo, você já tem o desafio de criar algo que chame a atenção. Nosso designer vai criar três modelos de currículos e vamos fazer nesse estilo. Moderno, atrativo e interessante. Quem tiver dificuldade, pode vir aqui conosco”, conta Lucas.

Os interessados devem enviar os currículos prontos para o e-mail [email protected] (Reprodução/ Canaltech)

Funcionamento e cobrança social

Conforme um levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), por falta de um emprego formal, 90% da comunidade trans é praticamente obrigada a recorrer à prostituição para se sustentar, por isso, iniciativas como estas são uma ferramenta que pode abrir as portas da empregabilidade para essa população que sofre um maior índice de preconceito em diversos âmbitos.

Segundo Lucas, com banco de dados curriculares pronto, as empresas poderão entrar em contato com a Casa Miga e vice-versa. Assim, a empresa poderá chamar o candidato para a possível vaga disponível.

“A ideia do banco de talentos também é termos dados quantitativos de pessoas trans em busca de serem inseridas no mercado de trabalho, e poder gerar essa cobrança social a respeito das dificuldades desse público acessar esses espaços de poder e autonomia”, explica o responsável.

Sobre a Casa Miga

A Casa Miga acolhe brasileiros e refugiados maiores de 18 anos que estejam em situação de vulnerabilidade social devido à orientação sexual e/ou identidade de gênero. O lugar foi criado pela a Associação Manifesta LGBT+ e começou a funcionar em agosto de 2018.

Em quase três anos, e sem qualquer tipo de apoio do poder público, a Casa Miga já recebeu em torno de 115 pessoas. Com exceção de menores de idade, que segundo a legislação brasileira não podem ser acolhidos e conviver no mesmo espaço dos adultos. Além de acolher, o local também oferece cursos, capacitações, orientações para o público do local.

“Nesse sábado, no dia do trabalhador, lançamos a iniciativa #contratepessoastrans e iniciamos duas novas turmas de inglês do projeto Prepara Miga – Idiomas com o público externo a casa, sendo 80% composto de mulheres trans e travestis de 20 a 40 anos. Capacitar, questionar e ir a luta. Tem sido nosso compromisso diário”, finaliza Lucas.

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