No AM, ex-estagiário de Carlos Almeida articulou esquema de documentação irregular para compra de respiradores

Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta uma "participação direta" do vice-governador na compra dos respiradores (Reprodução/Internet)

Da Redação – Revista Cenarium

MANAUS – O ex-estagiário do vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida, e também ex-secretário-executivo da Secretaria de Estado de Saúde (SES), João Paulo Marques, teria sido um dos responsáveis por elaborar o documento que possibilitou a polêmica compra dos respiradores pulmonares no Estado do Amazonas.  

Na ocasião, após a saída de Rodrigo Tobias da Secretaria de Saúde por conta da “Operação Sangria” da Polícia Federal, em outubro do ano passado, João Paulo entrou em cena e comandou a pasta até o momento da posse de Simone Papaiz. O ex-estagiário teria sido indicação do vice-governador por conta da relação de proximidade que mantinha com Carlos Almeida, enquanto estagiário.

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Nesse meio tempo, segundo informações divulgadas em maio do ano passado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), houve a assinatura do documento preparado por João Paulo para a compra dos aparelhos respiradores.

Após preparar o documento, João Paulo encaminhou o processo, já pronto, para assinatura da nova titular da pasta, Simone Papaiz. O contrato previa a compra de 28 respiradores pulmonares para a rede pública de saúde no valor de R$ 2 milhões e 970 mil.

Alvo

A articulação virou alvo de investigação do Ministério Público de Contas (MPC) que, inclusive, constatou a diferença dos valores. De acordo com MPC, respiradores custaram uma média de R$ 106 mil e 200 por unidade. Valor diferente do apresentado pelo governo federal pelo mesmo produto, com valor unitário de R$ 57.300.

Conforme a Procuradoria-Geral da República, foram encontradas mensagens do vice-governador Carlos Almeida nas quais apontavam uma “participação direta” e até mesmo um possível pagamento antecipado na compra do respiradores para o Amazonas.

Vale ressaltar que a compra de respiradores sem dispensa de licitação pela Secretaria de Saúde também foi alvo de uma operação deflagrada pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM), em junho do ano passado, denominada “Apneia”.

Local

De acordo com o relatório da PGR, o vice-governador Carlos Almeida realizava várias reuniões com servidores públicos. Os encontros, conforme as informações dadas pela PGR ao ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), acontecerem durante o mês de maio de 2020. Eles ocorriam em uma sala comercial de um prédio pertencente a um filho do empresário Júlio Cezar Furtado de Queiroz. Ele seria sócio-proprietário de empresas que possuem contratos na área da saúde no Estado do Amazonas.

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