No AM, mais de 85 mil pessoas ‘atrasam’ aplicação de segunda dose contra Covid-19

Nessa sexta-feira, 10, a Secretaria Municipal de Saúde informou que a capital ultrapassou mais de 1 milhão de primeira dose aplicadas. (Lucas Silva/Secom)

Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

MANAUS – Mais de 85 mil pessoas têm atrasado a aplicação da segunda dose da vacina contra Covid-19. Os dados são do vacinômetro da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), divulgado neste sábado, 10. De acordo com o levantamento, exatamente 85.120 mil pessoas ainda não voltaram aos postos para concluir a imunização completa contra a Covid-19.

Para o epidemiologista da Fiocruz, Jesem Orellana, que defende a retomada da “vida normal”, é necessário que a população conclua o ciclo vacinal com as duas doses. Fato que pode também inibir o surgimento de novas variantes do SARS-Cov-2.

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“Porque esse tipo de vacina depende da dose de reforço, conhecida como segunda dose, para só então oferecer seu potencial máximo de proteção aos vacinados. Não tomar a segunda dose é como pedir um pão recém-saído do forno com manteiga e receber um pão do dia anterior e sem manteiga. Em outras palavras, é de alguma maneira válido, mas longe do ideal”, explicou o especialista.

Intervalos

No Brasil, atualmente estão sendo usadas vacina de quatro empresas: Janssen – como dose única, a Pfizer, AstraZeneca e CoronaVac, com duas doses. Dentre elas, o intervalo menor é o da CoronaVac, imunizante fabricado pelo Instituto Butantan, em parceria com o laboratório chinês Sinovac, o intervalo das doses é curto de apenas 28 dias.

“Para qualquer vacina com duas doses, completar o esquema ou tomar a segunda dose é fundamental. No entanto, para vacinas como a Coronavac é ainda mais importante, pois não há estudos que mostrem a eficácia dessa vacina apenas com uma dose. Além disso, pelo fato de a janela temporal entre a primeira e a segunda dose da vacina ser menor, quem tomou a segunda dose da vacina, em geral, 14 dias depois, já vai poder usufruir o potencial máximo de proteção do esquema completo”, afirmou o epidemiologista.

Impactos

O epidemiologista alertou ainda que mesmo com a intensificação da vacinação no Amazonas, medidas restritivas contra a doença precisam continuar para que não haja um novo pico de casos da doença no Estado. “Os números de mortes começam a cair quando combinamos expressiva vacinação em massa com outras medidas não farmacológicas, como uso contínuo de máscaras, higienização das mãos e distanciamento físico mínimo de 1,5 metro, por exemplo”, alertou Jesem.

Vacinomêntro

De acordo com o consolidado diário de vacinação, divulgado nessa sexta-feira, 9, pela FVS-AM, cerca de 2.222,319 milhões de doses foram aplicadas em todo o Estado, sendo 1.637.768 milhão de primeira dose e 565.393 mil de segunda dose.

Indicadores

Atualmente, a taxa de ocupação de leitos clínicos para pacientes diagnosticados com Covid-19 no Amazonas é igual a 41% e a dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é de 59%. O governo do Estado optou por manter leitos exclusivos para pacientes diagnosticados com a doença. Segundo o secretário de Estado da Saúde, Anoar Samad, a decisão é necessária por conta das variantes que circulam no mundo.

“O governo está mantendo esses leitos, justamente, pelo fato de nós estarmos trabalhando com o desconhecido. E esse desconhecido pode nos assombrar a qualquer momento. Nós estamos preparados. Claro, que essa redução de leitos só vai ser possível com o alcance das metas da população que vacinou com as duas doses”, explicou o secretário.

A taxa de transmissão (Rt) está em 0,96, isso significa que de cada 100 diagnosticados com a doença poderão transmitir para outras 96 pessoas. A situação é de estabilidade, essa taxa, quando está acima de 1, representa alta transmissão.

A média móvel de casos no Estado apresenta uma redução de 12% no Amazonas. A queda é ainda maior em relação ao interior:  27%. Na capital, a média móvel de casos diminuiu 4%. Já a média móvel de mortes reduziu 29%. Em Manaus essa média é estável e no interior é de 47%.

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