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No AM, polícia descobre que deputado Wilker Barreto está à frente de grupos de fake news e de discurso de ódio contra governo
A investigação contra Wilker Barreto (foto) veio à tona nesta quarta-feira, 9, durante discurso da deputada Alessandra Campelo na Aleam. (Reprodução/Internet)
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09 de dezembro de 2020
Carolina Givoni – Da Revista Cenarium
MANAUS – Investigações da Polícia Civil constataram que o deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) propagava, em grupos de WhatsApp, fake news contra deputados da base do Governo do Amazonas ou mesmo parlamentares independentes que não votavam com ele em matérias relacionadas à administração estadual, a quem ele faz oposição.
O inquérito foi acolhido pela Justiça e o deputado responderá por crime de injúria, difamação e crimes cibernéticos, pelo fato das notícias falsas e ofensivas terem sido propagadas em meio digital. Em muitos casos, as fake news iam dos grupos de whatsapp para a internet.
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Segundo a polícia, o conteúdo do inquérito policial contra Wilker Barreto foi revelado pelas deputadas Alessandra Campelo e Joana Darc, em discursos de ambas proferidos no plenário da Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), na sessão ordinária desta quarta-feira, 9 de dezembro.
As investigações policiais chegaram ao nome do deputado de oposição após o delegado responsável pelo caso solicitar da operadora de telefonia móvel Vivo a propriedade dos números dos participantes dos grupos de whatsapp, criados com o único objetivo de ofender e espalhar fake news.
E um dos números, conforme o inquérito, está registrado no CPF do deputado Wilker, fato que ele não negou na sessão da ALE-AM desta quarta-feira. O número inclusive está habilitado no nome do parlamentar desde 2006, mais precisamente desde o dia 30 de junho daquele ano.
‘Jully e Pereca’
A deputada Alessandra afirmou que os nomes usados pelo número que está no CPF de Wilker Barreto, nos grupos de whatsapp de ofensas, são Jully e Pereca. Amigos Top 2020, Pátria&Família 28 PRTB 5 e Galeroso da Notícia 1 são alguns dos nomes dos grupos.
‘’Quero aqui dizer que se quiserem representar contra mim porque eu disse que o deputado Fausto (Júnior) ofereceu R$ 200 mil por voto para ser eleito o novo presidente da Assembleia, terão que analisar também esse caso, alvo de inquérito policial’’, destacou Joana.
Josué Neto
Segundo ela, as investigações policiais também apontam que as fake news propagadas em grupos de whatsapp alimentaram ainda blogs que receberam verba da Assembleia. E que até o nome do presidente da Casa legislativa, Josué Neto, está envolvido nos ‘’grupos de ódio’’ criados no whatsapp.
Enquanto a deputada Joana concluía a fala dela na tribuna, os grupos do ódio eram deletados, conforme ela constatou na ocasião, no próprio telefone celular.
“Várias pessoas fazem parte (do grupo) em que até o presidente da casa é um dos administradores. Já tem acho que uns outros 20 administradores, essa milícia digital contra os deputados de base é liderada por Wilker Barreto”, comentou a deputada.
Em setembro deste ano, a REVISTA CENARIUMlevantou a suspeição sobre os aliados de Amazonino na Assembleia Legislativa com base nos atos da CPI da Saúde, que tinha sido inicialmente criada para investigar as gestões do setor no Estado no período de 2011 a 2020, mas focava apenas na administração atual. Péricles foi presidente da CPI e Wilker, relator.
Um dos citados por Alessandra é Paulo Apurinã, comentarista político no site Amazon Presse, site que constantemente publica informações partidárias favoráveis aos oposicionistas de Wilson Lima (PSC).
Outro mencionado por Alessandra é Rafael Ângelo Borges Melo, que até 2018 era funcionário lotado na casa civil do Amazonas e desde 10 de junho deste ano, foi remanejado da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) para a ALE/AM.
Ainda a denúncia de Campêlo, o número identificado ligado a Wilker, estaria trocando de identidade constantemente, utilizando os apelidos de “Jully” e “Pereco”. “O nome Pereco é o nome do cachorro de Amazonino Mendes, parceiro de partido de Wilker”, comentou.
A advogada nomeada à época estaria presente em pelo menos três grupos, “Todos contra Wilson Lima” e “Wilson Lima na cadeia já”. A intenção desses grupos, incluindo o Pátria & Família 28 PRTB 1”, é movimentar negativamente a opinião pública por meio de notícias falsas.
“Foi detectada que existe uma milícia digital paga com dinheiro público atacando deputados. Queria colocar aqui, alguns segundos da fala de uma das milicianas que sugere no grupo que se use perfis fakes para atacar as deputadas e os deputados. Todos podem ouvir se o meu microfone não for cortado”, disse Alessandra Campêlo à época.
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