No AM, prefeito de Atalaia do Norte diz que não prestou apoio ao suspeito pelo sumiço de indigenista e jornalista; ‘não tenho amizade’

Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS – O prefeito de Atalaia do Norte (a 1.138 quilômetros de Manaus), Denis Paiva, afirma ter ido à residência de Amarildo da Costa de Oliveira, popularmente conhecido como ‘Pelado’, (suspeito do desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, no último domingo, 5), mas nega que a presença na casa de Amarido tenha sido em apoio e solidariedade ao suspeito.

Em entrevista à REVISTA CENARIUM, Denis Paiva destaca que esteve no local na terça-feira, 7, como gestor da cidade, no intuito de auxiliar juntamente com a Defesa Civil o trabalho de buscas pelos desaparecidos. “Falam muito e querem criar factoides de que fomos lá em solidariedade; como todo representante do povo, fui lá fazer minha parte. Chegamos junto com as equipes e não passei só na casa dele, passei nas casas de outras pessoas também”, conta Paiva.

O prefeito de Atalaia destaca que, embora a estrutura seja pequena, a prefeitura está focando em ações que auxiliem na elucidação do caso. Segundo Denis Paiva, são três embarcações disponíveis, mais de 25 profissionais atuando nas buscas, custos com combustíveis das embarcações usadas para o deslocamento até as comunidades distantes e alimentação da equipe.

“A gente está dando todo o apoio logístico e estrutural que pode dar para ajudar nessas buscas. Infelizmente, não temos condições de resolver o problema da noite para o dia e dar uma resposta mais rápida para o caso. É do nosso interesse esclarecer o que aconteceu, porque a gente entende que é prioridade, que são seres humanos, que temos que dar uma resposta para essas famílias que, hoje, estão chorando”, ressalta o prefeito.

“Um conhecido”

Questionado se há algum tipo de proximidade ou amizade com ‘Pelado’, o prefeito de Atalaia contou que não tem nenhuma relação de amizade com o suspeito, mas que já tinha visto o homem durante atividades de campanha eleitoral.

“Eu vou negar que conheço? Não. Porque eu conheço a pessoa, mas não tenho amizade com ela. Assim como conheço 80% da população dessa cidade. Eu não convivia com ele, tive a oportunidade de conversar com ele em campanha, na comunidade, e não só com ele, mas com muitas pessoas, porque faz parte das atividades do homem público“, explica.

Defesa do suspeito

Sobre a atuação do procurador-geral do município e também advogado Ronaldo Caldas da Silva Maricaua, procurado pela família para advogar em defesa de Amarildo, Paiva disse que o trabalho de advogado particular não possui vínculos com a prefeitura e que não vê qualquer impedimento em relação ao procurador de Atalaia assumir o caso.

“Não achei ter problema nenhum, até porque o município não tem o luxo de disponibilizar muitos advogados, e isso é um trabalho particular que não é só este caso, ele advoga para muita gente que o procura e, nesse sentindo, não vejo problema. O que é certo, a gente tem que reforçar e o que é errado pediremos que a justiça seja feita, não estamos escondendo criminosos e se a pessoa de fato teve participação vai ser punida“, finaliza.