No AM, prefeituras montam ações para socorrer garimpeiros que tiveram balsas destruídas

Polícia Federal divulga momentos da operação no Rio Madeira (PF)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – Após balsas de garimpo serem destruídas e incendiadas durante operação da Polícia Federal (PF) e Forças Armadas no último fim de semana, no Rio Madeira, interior do Amazonas, os prefeitos dos municípios de Humaitá, Borba e Autazes (respectivamente, a 700, 146 e 111 quilômetros de Manaus) montaram ações para socorrer os garimpeiros que perderam as embarcações.

Nesta segunda-feira, 29, o prefeito de Humaitá Dedei Lobo (PSC), em reunião na sede da prefeitura, prometeu ressarcir os prejuízos dos garimpeiros que moram na cidade e que tiveram suas balsas queimadas pela PF e Ibama. O gestor disse ainda que vai montar uma força-tarefa para resgatar os garimpeiros da cidade que se encontram nos municípios vizinhos.

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Prefeito Dedei Lobo (de preto) e autoridades do município na reunião com garimpeiros (Lucas Lobo/Rede Amazônica)

Os garimpeiros foram à prefeitura para evitar que uma operação contra a exploração ilegal de ouro seja feita em Humaitá. Na reunião, o chefe do Executivo local disse também que pretende se reunir, nesta terça-feira, 30, com a bancada do Amazonas na Câmara e Senado, em Brasília, para falar sobre o assunto e buscar tratativas.

Borba

Em Borba, o prefeito da cidade Simão Peixoto (PP) afirmou, nesta segunda-feira, 29, que buscou a bancada federal do Amazonas para paralisar a destruição das balsas de garimpo na região. Em pronunciamento aos garimpeiros, Peixoto reconheceu a atividade ilegal, mas disse que é necessária uma comissão para legalizar o garimpo.

Prefeito de Borba, Simão Peixoto (PP), rodeado por garimpeiros na principal praça pública do município (Reprodução/Facebook)

“Entrei em contato com a bancada do Estado do Amazonas, que nos representa em Brasília, para tentarmos amenizar a situação. A gente sabe que isso aqui não é fácil, muitas pessoas venderam animais, suas casas, para morar dentro de uma balsa. Muitos não tiveram a oportunidade de tirar os pertences [das embarcações apreendidas]. Por isso, estamos aqui para dizer que estamos agindo”, declarou o prefeito.

Veja também: Garimpeiros da Amazônia esquecem degradação ambiental e dizem que cobiça pelo ouro é saída para o sustento

Autazes

No domingo, 28, a Prefeitura de Autazes, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, realizou uma ação para acolher cerca de 70 famílias de garimpeiros que ficaram desabrigadas. Segundo a prefeitura, foi montado um abrigo em uma região do município.

Prefeitura de Autazes fez uma postagem nesta segunda-feira, 29, da ação que atendeu garimpeiros desabrigados (Reprodução/Facebook)

“A equipe montou um abrigo no Rosarinho e todos receberam alimentação, fraldas descartáveis para crianças, roupas, além de todo o atendimento necessário até a chegada da lancha, enviada pela Prefeitura de Manicoré, que os levou ao seu município de origem”, diz a prefeitura, em publicação.

Operação Uiara

A Polícia Federal (PF) com apoio das Forças Nacionais de Segurança, na região do rio Madeira, no Amazonas, já prendeu três pessoas e 131 balsas utilizadas para o garimpo ilegal foram apreendidas e destruídas. Na semana passada, centenas de dragas atracaram nas águas da localidade, no total, mais de 300 balsas foram identificadas realizando a atividade.

Após uma grande quantidade de ouro ter sido identificada em um dos maiores rios da Amazônia, a PF trabalha para desarticular a retirada ilegal do produto. De acordo com a força de segurança, ações como essas causam um grande dano ao meio ambiente, pois acabam com diversos tipos de alimentos, incluindo os peixes, que são fontes de renda para famílias ribeirinhas que vivem, principalmente, no município de Autazes, região mais próxima de onde as embarcações estão situadas.

Veja também: Doutor em Ciência Socioambiental defende alternativa de renda legal para garimpeiros

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