No Amapá, PF apura superfaturamento em obras contratadas pelo Dnit


01 de dezembro de 2022
No Amapá, PF apura superfaturamento em obras contratadas pelo Dnit
Mais de 90 policiais federais cumpriram 22 mandados de busca e apreensão nos estados do Amapá, Pará, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Sergipe, Pernambuco e Paraíba (Divulgação)
Da Revista Cenarium*

MACAPÁ – A Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF) e Controladoria Geral da União (CGU), no Amapá, deflagraram nesta quinta-feira, 1º, a Operação Candidus II, que apura indícios da existência de organização criminosa destinada a fraudar contratos de manutenção rodoviária da BR-156, considerada a obra federal mais antiga em andamento no Brasil.

A investigação feita a partir da análise dos contratos verificou a ocorrência de superfaturamento nas obras em valor superior a R$ 6,1 milhões em prejuízo ao erário.

A apuração indica, ainda, um sofisticado esquema de esquentamento de madeiras extraídas ilegalmente de áreas preservadas e destinadas a obras contratadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes – DNIT no Amapá, com o possível pagamento de vantagens indevidas a servidores públicos que integravam o esquema fraudulento das obras, que chegavam a declarar insumos em valores até 15x maiores que os praticados no mercado.

Mais de 90 policiais federais cumpriram 22 mandados de busca e apreensão nos estados do Amapá (Macapá, Santana e Pedra Branca do Amapari), Pará (Goianésia do Pará, Santarém), Distrito Federal (Brasília), Rio de Janeiro (Macuco), Sergipe (Aracaju), Pernambuco (Recife e São Lourenço da Mata) e Paraíba (Cabedelo).

Os alvos investigados, objeto das medidas, são empresários e servidores públicos do DNIT/AP.

A Operação de hoje é um desdobramento da Candidus I, deflagrada em 10 de novembro de 2021, quando a PF cumpriu mandado de busca e apreensão no DNIT/AP. Aquela fase foi motivada por diversas irregularidades na emissão de guias florestais no SINAFLOR/DOF, em que empresas movimentavam apenas créditos florestais, sem a respectiva madeira chegar aos pátios, indicando a utilização de madeira de origem ilegal.

Da análise do material apreendido, verificou-se, além do superfaturamento, fortes indícios que o DNIT/AP utilizou uma falsa justificativa, para realizar um aditivo contratual com a empresa favorecida pela dispensa de licitação, valendo-se do fato de as precipitações pluviométricas na data da realização do processo terem sido consideradas acima da média. No entanto, constatou-se, por meio da análise da série histórica, que reúne dados de 40 anos (1976 a 2015) de pluviometria da região, que os níveis de 2021 estavam dentro dos parâmetros considerados normais.

As investigações indicam o cometimento dos crimes de organização criminosa, peculato, corrupção ativa e passiva, fraude à licitação, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Se condenados, os investigados poderão cumprir pena de até 51 anos de reclusão.

(*) Com informações da Polícia Federal

O que você achou deste conteúdo?

VOLTAR PARA O TOPO
Visão Geral de Privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.