No Dia da Amazônia, turismólogo indica lugares incríveis para explorar no Rio Negro

A comunidade indígena Tatuyo é uma das aldeias que mantêm tradições culturais ainda firmes (Cunhaporanga/Reprodução)
Bruno Pacheco – Da Cenarium

MANAUS – Celebrado neste domingo, 5, o Dia da Amazônia chama a atenção da população sobre a preservação da fauna e da flora, que vem sofrendo com o desmatamento. Na região, segundo o turismólogo Tiago Lopes, os turistas podem viajar por lugares cujas belezas naturais são fonte de desenvolvimento e subsistência para os povos tradicionais que vivem na floresta, além de conhecer e desfrutar da cultura regional, sempre com muita conscientização e respeitando os habitantes locais e a mata.

Um dos lugares indicados pelo turismólogo é a comunidade ribeirinha Vale do Acajatuba, localizada numa Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) às margens do Rio Negro. Segundo Tiago Lopes, a região recebe grupos de turistas durante o ano, que vivenciam a tranquilidade de estar numa vila longe das metrópoles.

“A vila dispõe de um ambiente rico em natureza e cultura. Artesanatos feitos pelos moradores são vendidos na vila, colares de semente de açaí, morototó e guaraná, flechas, cestos e muito mais. Os moradores vão lhe ensinar danças locais, contar histórias da origem da vila e ensinamentos fundamentais para a vida. Vale aqui uma curiosidade, a novela ‘A força do querer’ teve algumas cenas gravadas lá, e com participação dos moradores em algumas. Vale muito a pena conhecer!”, declarou o turismólogo.

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Vale do Acajatuba já foi cenário da novela ‘A Força do Querer’ (Divulgação/Assessoria)

Tatuyo

Ainda nas margens do Rio Negro, está a comunidade indígena Tatuyo, uma aldeia que mantém tradições culturais firmes ao tempo. Segundo Tiago, os moradores da região costumam receber grupos de turistas durante o ano e repassar o conhecimento ancestral deles sobre a mata, a vida e a sociedade.

“Os visitantes podem assistir algumas das danças e apresentações da tribo, e ainda contribuírem com o artesanato independente”, destacou Tiago Lopes.

Comunidade indígena fica às margens do Rio Negro (Arquivo/Cunhaporanga)

Museu do Seringal

A terceira dica do turismólogo Tiago Lopes é o Museu do Seringal. Inaugurado em 2002, o museu fica localizado no Igarapé São João, na zona rural de Manaus. Para saber mais sobre a origem do látex e todo o histórico social, o lugar leva o visitante a uma viagem à época da borracha, destaca o especialista.

“O Museu em questão é cenário do filme ‘A Selva’, de 2002. A produção do filme manteve de forma cuidadosa todo o ambiente que reproduz um Seringal original. As visitas são guiadas com funcionários que falam português, inglês e espanhol, tendo assim uma maior acessibilidade. O valor da viagem ida e volta de voadeira até o Museu do Seringal é R$ 18. O ingresso custa R$ 5”, concluiu o turismólogo.

Museu do Seringal leva o visitante a uma viagem à época da borracha (Michael Dantas/SEC)

Atração turística

Desde 2008, o Dia da Amazônia acontece em 5 de setembro. A data comemorativa foi instituída pela lei federal 11.621/2007 e se refere ao dia em que D. Pedro II instituiu a Província da Amazônia, em 1850, tendo como principal objetivo conscientizar a população sobre o meio ambiente. Para o turismógolo Tiago Lopes, a região é um forte ponto turístico e é preciso que haja mais investimento do poder público no setor.

“A Amazônia não representa somente para mim, mas para todos: o pulmão do mundo. Ela é uma fonte necessária de vida para o planeta terra. E como fazer esse recurso natural uma fonte de riqueza para as populações que vivem nela, sempre de forma saudável? O mais importante nisso é uma política de divulgação turística. O governo tinha que investir em segurança, mobilidade, acessibilidade, aumentar a divulgação turística, investir em influenciadores […] quem vai colher o fruto disso é o povo”, comentou Tiago.

Tiago Lopes é turismólogo (Arquivo Pessoal/Reprodução)

Segundo Lopes, o maior desafio do cenário turístico do Amazonas é reverter a imagem que a região tem quanto a acessibilidade, segurança e a falta de conteúdo para divulgar o segmento. “O maior desafio é reverter a imagem que o Amazonas tem perante a gente. A gente entende que tudo no Amazonas é de difícil acesso, difícil de ir, chegar, turistar, não tem tanto conteúdo explorado, mostrando facilidades, falando de segurança, do turismo. O mais forte para quem mora na região Sudeste, como eu, é entender o Boi Garantido e Caprichoso, mas a parte de turismo que eu sei que tem, não é muito explorado e acaba passando insegurança para as pessoas”, concluiu.

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