No Dia do Médico, especialistas falam sobre os desejos para o Brasil que querem

No dia dedicado aos profissionais da medicina, médicos médicas falam sobre a saúde pública que o Brasil poderia ter (Reprodução/ Arquivo Pessoal)

Mencius Melo – Da Revista Cenarium*

MANAUS – No Brasil, médicos e médicas travam uma luta desigual para levar saúde à população. Na ponta do sistema, são eles que muitas vezes resolvem problemas que deveriam ser solucionados pelo Estado. A reportagem da REVISTA CENARIUM conversou com profissionais no dia dedicado a eles e ouviu o que querem para a Saúde Pública brasileira.

O tema entrou em pauta com força total depois do Carnaval de 2020. Como uma Quarta-Feira de Cinzas que não acaba, médicos e médicas se viram no furacão chamado ‘novo Coronavírus’. O evento de proporção mundial que arrastou milhares deles a uma guerra contra um ser microscópico que fez deles próprios vítimas.

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O médico Dênison Bentes fala das barreiras impostas. “Uma das maiores frustrações médicas fica em torno do investimento em insumos para melhor abordagem e cuidado ao paciente. Mesmo em tempos modernos, ainda passamos pelo desabastecimento de materiais básicos que não deveriam de forma alguma faltar”, reclamou.

Pandemia forçou

O profissional chama atenção para uma realidade dura, clareada pela pandemia. “É inegável e ficou provado com a pandemia que quando se quer resolver e fazer acontecer as coisas ocorrem. Perder um paciente por ausência de medicamentos, falta de um respirador ou até mesmo de matéria humana é desesperador nos dias atuais”, criticou.

Já a médica Raiza Wanzeller aponta soluções para uma Saúde Pública que o Brasil merece. “O SUS é indispensável. Ele é um modelo exemplar  e igualitário e não existe no mundo sistema semelhante. O que gostaríamos como médicos é que o SUS fosse melhorado e aperfeiçoado onde houvesse acesso a todos, mas com qualidade e resolutividade”, ponderou.

Ela fala de desejo. “Que a população tenha desde atenção básica com qualidade no fornecimento de medicamentos, acesso à rede de diagnóstico com padrão médico de atendimento humanizado  até a  média e alta complexidade com melhorias e especificamente na Amazônia que esse acesso acaba não chegando à população interiorana”, lamentou.

Reflexão

“Que reflexivo”, foi a resposta da médica Anna Lídia. Ela avalia que tratar de saúde pública no Brasil é um assunto espinhoso porque quase sempre é a parte frágil da ponta, que paga o preço. “A pandemia só serviu pra mostrar o caos que já está instalado na rede pública há muitos anos… e sempre recai sobre a gente a falta de infraestrutura”, criticou.

Anna Lídia também deseja o que para ela seria o sonho de um País melhor, mais justo e verdadeiro com sua população. “Com certeza um País que priorizasse saúde pública e fizesse acontecer um dos melhores sistemas de saúde do mundo: o SUS. Que no papel é lindo, mas na prática não acontece para todos”, apontou.

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