No Festival de Berlim, a sexualidade da mulher madura é tratada com bom humor

Na cama. “Ela não está vivendo num mundo que quer saber: ‘Você já teve prazer de verdade?’”, diz Emma Thompson, com Daryl McCormack como michê (Reproduçã0/Divulgação)

Com informações do InfoGlobo

BERLIM – Tema tabu, em diversos círculos, a sexualidade da mulher madura ganhou arena para debate bem-humorado na programação do 72º Festival de Berlim, que termina neste domingo, 20. A discussão começou com a exibição, na mostra não competitiva, da comédia “Good luck to you, Leo Grande”, da diretora australiana Sophia Hyde, sobre uma professora viúva que contrata os serviços de um michê, bem mais jovem do que ela, para explorar seu apetite sexual.

Já “A E I O U — A quick alphabet of love”, da alemã Nicolette Krebitz, que foi um dos 18 títulos da competição pelo Urso de Ouro de melhor filme deste ano, provocou o público com a história de uma atriz também sexagenária que inicia um caso de amor com um adolescente problemático.

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O filme de Sophia descreve a história de Nancy (Emma Thompson), uma professora de religião que, anos depois da morte do marido, resolve alugar um quarto de hotel e os serviços de um jovem (Daryl McCormack) por uma noite. Na medida em que a curiosidade vence o estranhamento inicial entre eles, os dois começam a se abrir sobre suas vidas: Nancy confessa que sempre seguiu as regras do casamento, mas nunca teve um orgasmo com o marido, a quem nunca traiu. E que, agora, aos 62 anos, é chegada a hora de recuperar os prazeres sexuais perdidos.

“Acho que o prazer feminino nunca esteve no topo da lista de coisas que o mundo quis ter como prioridade — disse a atriz britânica, ganhadora do Oscar por sua interpretação em “O regresso a Howard’s End” (1992). — No meu país, não é considerado importante que mulheres tenham prazer. Nancy não está vivendo e crescendo em um mundo que quer saber: “Você já teve algum prazer de verdade?”.

“Good luck to you, Leo Grande” é, praticamente, todo ambientado no quarto de hotel em que acontece o encontro entre Nancy e seu amante de aluguel, que atende pelo sugestivo nome de “Leo Grande”. O roteiro, escrito pela comediante Katy Brand, funciona como uma espécie de sessão de terapia, em que os dois amantes trocam confidências sexuais. “Depois da morte do meu marido, decidi não fingir orgasmos”, diz Nancy a certa altura. Os dois também são encorajados a falar sobre o próprio corpo. Há uma sequência em que Emma Thompson observa seu corpo diante de um espelho. Para ler a matéria completa acesse o Globo.

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