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No interior do Amazonas, rios transbordam e cheia já afeta oito cidades
Em Boca do Acre, mais de seis mil pessoas já foram afetadas. (Arquivo Pessoal/Reprodução)
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26 de fevereiro de 2021
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS – Já chega a oito o número de municípios do interior do Amazonas em estado de ‘alerta’, ’emergência’ ou ‘calamidade pública’, por conta da cheia dos rios e as inundações. O aumento do volume de chuvas com o período sazonal deixou milhares de pessoas desabrigadas em Envira, Juruá, Eirunepé, Boca do Acre, Ipixuna, Canutama, Itamarati e Guajará.
O estado de calamidade pública foi adotado no município de Boca do Acre (a 1.026,73 quilômetros de Manaus), por conta da interrupção no fornecimento de água nessa quinta-feira, 25, afetando mais de seis mil pessoas. Segundo a Defesa Civil, as bombas da fornecedora de água da cidade foram inundadas.
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O município é banhado pelos rios Acre e Purus e faz fronteira com Estado do Acre. A Defesa Civil (DC) informa que 2.118 famílias foram afetadas pela enchente. “O atendimento da Saúde está colapsado, face a atual conjuntura do qual dos nove prédios para atendimento de Saúde, oito estão direta ou indiretamente atingidos”, diz trecho do decreto nº 142/2021.
Decretos emergenciais foram publicados no Diário Oficial do Amazonas (DOM), baseados no índice de desastres que determina a classificação de riscos. Canutama é a única cidade que ainda está em estado de alerta, o menor patamar de risco.
Os riscos variam do mais leve, o estado ‘alerta’, bem como estado ’emergência’ para desastres de grande porte, até o estado de ‘calamidade pública’, que ocorre, por exemplo, em casos alagamentos, deslizamentos de terra e mortes.
Guajará
Em Guajará (a 1.492,83 quilômetros de Manaus), o aumento do nível das águas da Calha do rio Juruá, que atinge principalmente as comunidades ribeirinhas, fez o município decretar emergência. Na comunidade Boca da Boa Fé, na zona rural, as casas e a escola da região estão em situação de alagamento.
O prefeito e o vice-prefeito da cidade, Ordean Silva e Adaildo Filho, após visitarem a comunidade na última semana, informaram nas redes sociais que o Executivo Municipal e a Defesa Civil estão buscando soluções para alojar as famílias em “partes mais altas” da região.
Ipixuna
A cheia do rio Juruá, cuja cota estava em 13,52m nessa quinta-feira, 25, também levou Ipixuna a decretar situação de emergência. Segundo a prefeitura, a enchente atinge mais de seis bairros da cidade e um total de 3.455 famílias, sendo 1.367 da zona urbana e 2.088 da zona rural.
O aumento no número de casos confirmados de malária e as medidas de prevenção à Covid-19 também alertam o Executivo Municipal, conforme o decreto nº 076/2021, publicado na edição de terça-feira, 23, no DOM. “As medidas emergenciais para manutenção dos serviços públicos à população são urgentes e necessárias”, diz a prefeitura.
O volume de chuvas tem sido acompanhado diariamente pela Defesa Civil do Amazonas, por meio de monitoramento das nove calhas de rios que compõem o Estado (Alto Solimões, Triângulo – Juruá, Jutaí e Solimões, Purus, Alto Juruá, Madeira, Alto Rio Negro, Rio Negro e Solimões, Médio Amazonas e Baixo Amazonas).
Ajuda humanitária
Nesta sexta-feira, 26, o governador Wilson Lima (PSC) embarcou junto à comitiva do governo para os municípios de Boca do Acre, Eirunepé e Guajará para viabilizar meios de prestar ajuda humanitária à população das cidades atingidas pela enchente. Ele também levou novos lotes da vacina contra a Covid-19 para os três municípios.
“Estou embarcando com a minha equipe para essas regiões que estão sendo mais afetadas neste momento, nas calhas dos rios Juruá e Purus, para que a gente possa fazer um diagnóstico da situação, reunir com os prefeitos, conversar com a população. Mas nós já iniciamos um processo de aquisição de cestas básicas, já conversamos com a Força Aérea Brasileira (FAB), para o transporte de estruturas para o tratamento de água potável”, ressaltou o governador.
De acordo com o governo, nesta remessa de vacinas contra a Covid-19, Eirunepé receberá 760 doses, sendo 180 do tipo CoronaVac, do Instituto Butantan; e 580 da AstraZeneca (Oxford). Para Boca do Acre foram destinadas 1.640 doses; e outras 530 para Guajará, sendo CoronaVac para os dois municípios.
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