No Pará, garimpeiros são detidos por indígenas Kayapó e MPF aponta grave risco de conflito


21 de maio de 2022
No Pará, garimpeiros são detidos por indígenas Kayapó e MPF aponta grave risco de conflito
Nove garimpeiros foram detidos por indígenas Kayapó ao tentar reabrir lavra ilegal (ASCOM/MPF)
Com informações da Folhapress

RIO DE JANEIRO – O Ministério Público Federal do Pará acionou neste sábado, 21, a Polícia Federal e a Polícia Civil do Estado para tentar evitar um conflito na Terra Indígena Baú, após a invasão por garimpeiros para tentar reativar uma área ilegal de garimpo que havia sido fechada.

Segundo o Ministério Público, indígenas Kayapó flagraram e detiveram os garimpeiros e a situação no local é tensa. Uma aeronave da PF foi requisitada para realização imediata de operação no local. “Há risco grave de conflito”, disse em nota.

Em vídeo publicado pelo G1, o líder Kayapó Mydjere Mekrãgnotire diz que há nove garimpeiros detidos e pede ajuda “para evitar derramamento de sangue”. “Cadê o Ministério Público, cadê a Funai [Fundação Nacional do Índio], cadê a Polícia Federal?”, questiona.

Indígena Kayapó em protesto, em Brasília, em agosto de 2021 (Reprodução/AFP)

Localizada em Altamira, a 830 quilômetros de Belém, a Terra Indígena Baú foi homologada em 2008. Ocupa uma área de 1,5 milhão de hectares próximo à rodovia BR-163, rota de transporte de cargas que cruza o Estado de norte a sul.

Há duas semanas, operação conjunta do Ministério Público Federal, Polícia Federal, Funai e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) fechou três garimpos ilegais na Terra Indígena Kayapó, no município vizinho de São Félix do Xingu.

Na operação, foram destruídos maquinários utilizados na extração de ouro, como escavadeiras e motores. “Foram apreendidos documentos e mercúrio, substância altamente poluente e de comercialização controlada”, disse o Ministério Público na ocasião.

“As investigações, agora, se concentram na identificação dos financiadores da operação ilegal”, afirmou.

Relatório da PF que se tornou público em fevereiro apontou que o ouro extraído, ilegalmente, nos garimpos da terra indígena, alimentou a produção de um dos maiores líderes de metais preciosos da Europa, a italiana Chimet, especializada em refinar o minério para a confecção de joias.

Em abril, outra terra indígena, no Pará, a Xipaya, sofreu invasão de garimpeiros, com relatos de agressão a moradores. A balsa onde os invasores estavam foi apreendida um dia após a denúncia com cinco adultos e dois adolescentes a bordo.

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