No Pará, mais de 60% dos indígenas já se vacinaram contra Covid-19
06 de julho de 2021

Danilo Alves – Da Revista Cenarium
BELÉM – Mais de 60% dos indígenas habitantes do Estado do Pará já estão imunizados contra a Covid-19. De acordo com dados divulgados nesta semana pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), precisamente 61,31% da população indígena residente no Pará já recebeu, até o domingo, 4, pelo menos a 1ª dose da vacinação contra a Covid-19. Desse percentual, 44,83% estão imunizados com as duas doses, isso representa mais de 23 mil índios vacinados.
O trabalho de imunização dos indígenas foi um dos primeiros do cronograma elaborado pela Sespa, iniciado no dia 19 de janeiro deste ano. Na ocasião, Rónóre Gavião, uma indígena de 105 anos foi a primeira a ser imunizada no Estado.
Conforme a Fundação Nacional do Índio (Funai), há três grupos de indígenas pertencentes na região: os Gavião Akrãtikatêjê (da Montanha), Gavião Kykatejê e Gavião Parkatêjê, que formam os habitantes do sul e nordeste do Pará. Conforme a assessoria do órgão, 80% deles já começaram a ser imunizados.

Imunização completa
Para Ubirajara Sompré, líder indígena e apoiador técnico dos povos indígenas estaduais, disse que apesar das dificuldades em conscientizar o “índio que vive mais isolado”, é preciso empenho para garantir a imunização completa. “Os indígenas aguardavam ansiosos por esse momento da vacinação. O mais difícil foi a logística para locais mais afastados no Estado, porém o trabalho foi de superação”, destacou ele.
Até esta segunda-feira, o Governo do Pará recebeu, até ontem, 2.611.700 doses da vacina Oxford/AstraZeneca; 1.378.440 da CoronaVac/Sinovac; 457.470 da Pfizer e 50.450 da Janssen. Além disso, as remessas enviadas pelo Ministério da Saúde são entregues às prefeituras, responsáveis pelo cronograma vacinal nos municípios.
A Coordenação Estadual de Saúde Indígena e Populações Tradicionais da Sespa vem monitorando os quatro Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) do Pará (Kayapó, Altamira, Rio Tapajós e Guamá/Tocantins), por meio do diálogo mantido com a Federação dos Povos Indígenas do Estado do Pará (Fepipa) e o Conselho Estadual de Políticas Indigenistas (Consepi), criado em 2019 pelo governo estadual.