Nova espécie do inseto barbeiro, transmissor da doença de Chagas, é descoberta pela Fiocruz

Barbeiro, transmissor da doença de Chagas (Reprodução)
Com informações do Infoglobo

MANAUS — Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) lideraram a descoberta de uma nova espécie do inseto chamado de triatomíneo, popularmente conhecido como barbeiro, responsável pela transmissão do protozoário Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas nas Américas Central e do Sul. A nova identificação, batizada de Panstrongylus noireaui, foi publicada na revista científica ZooKeys.

A nova espécie, encontrada originalmente em 2004 na Bolívia, começou a ser percebida depois que um estudo da Universidade da República do Uruguai constatou diferenças em análises cromossômicas e moleculares de indivíduos que até então eram englobados na população Panstrongylus rufotuberculatus dos barbeiros. À época, o artigo foi publicado na revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz.

Barbeiro, transmissor da doença de Chagas (Reprodução)

“A percepção por meio de análises cromossômicas e moleculares foi fundamental, visto que as diferenças externas entre a P. noireaui e a P. rufotuberculatus são mínimas. Enquanto isso, no DNA, há uma série de características marcantes que não apenas diferenciam uma espécie da outra, mas tornam a P. noireaui muito singular no seu gênero”, explica um dos autores do artigo Cleber Galvão, chefe do Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos do IOC, em comunicado.

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Depois de constatadas as diferenças a nível de DNA, o novo estudo mais detalhado percebeu uma pequena distinção nas genitálias dos exemplares machos da P. noireaui, comprovando que se tratava de uma nova espécie. Além dos pesquisadores da Fiocruz, participaram da descoberta cientistas do Instituto Nacional de Laboratórios de Saúde da Bolívia e da Universidade da República do Uruguai.

A escolha do nome foi em homenagem ao pesquisador francês François Noireau, falecido em 2011, que colaborou em diversas atividades na área de insetos do Instituto Oswaldo Cruz.

“Junto com a equipe da Bolívia e do Uruguai, que também o conhecia e admirava, decidimos realizar esse justo reconhecimento. François fez contribuições significativas no trabalho de campo aqui na América Latina. No nosso Laboratório, ele atuou por quase uma década como pesquisador visitante, participando de diversas colaborações”, lembra Cleber.

O Ministério da Saúde estima que, anualmente, de 1,9 a 4,6 milhões de brasileiros sejam infectados pela doença de Chagas, transmitida pelo inseto.

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