Nova legislação de consentimento sexual da Espanha exige que só ‘sim’ significa sim


25 de agosto de 2022
Nova legislação de consentimento sexual da Espanha exige que só ‘sim’ significa sim
Foto de maio de 2018 mostra manifestantes gritando palavras de ordem, em Pamplona, durante um protesto contra a absolvição de cinco homens acusados de estuprar uma jovem de 18 anos (Ander Gillenea/AFP)
Com informações do Infoglobo

MADRI (ES) – Uma nova lei na Espanha exige uma expressão explícita de consentimento nas relações sexuais, numa tentativa de remover a ambiguidade dos casos de estupro e agressão no País. O consentimento deve ser transmitido por meio de ações que “expressem, claramente, a vontade da pessoa” e o silêncio ou a passividade não serão mais aceitos como sinais positivos.

A nova legislação foi aprovada pelo Congresso nesta quinta-feira, 25, com 205 parlamentares votando a favor e 141 contra.

O Ministério da Igualdade da Espanha, que está por trás da medida, vem impulsionando uma série de iniciativas — incluindo um projeto de lei de direitos transgêneros e uma licença-paternidade de 16 semanas, além de uma licença de três dias para mulheres no período menstrual —, apesar da forte oposição dos conservadores que consideraram as medidas desnecessárias e paternalistas.

Ainda assim, a maioria dos partidos no Parlamento fragmentado tem apoiado a legislação mais recente, conhecida como a lei “Só ‘sim’ significa sim”. Também houve apoio público em meio a vários casos de estupro e abuso, incluindo um em 2016 que ganhou as manchetes em todo o mundo.

Na ocasião, cinco homens foram condenados por abuso sexual, mas não por estupro, porque a sobrevivente estava “silenciosa e passiva” durante a agressão e, portanto, a Justiça, na época, não considerou que ela tivesse se oposto ao ato. A Suprema Corte revogou o veredito em 2019 e os homens foram condenados por estupro, com sentenças subindo de nove para 15 anos cada.

Agora, a nova lei remove essa distinção entre abuso e estupro. Os sobreviventes de estupros não serão mais obrigados a provar que foram coagidos por meio de violência ou intimidação, ou que resistiram a uma agressão. Também estabelece multas por assédio nas ruas e por compartilhar imagens e vídeos íntimos de uma pessoa sem consentimento.

O número de estupros relatados à polícia espanhola aumentou 34%, em 2021, em relação a 2020, uma tendência que o Ministério da Justiça atribui a uma maior conscientização social, que torna os sobreviventes mais dispostos a denunciar seus casos às autoridades.

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