Nova regra obriga jornalistas credenciados a submeter matérias ao Pentágono antes da publicação
Por: Cenarium*
21 de setembro de 2025
MANAUS (AM) – O Departamento de Defesa dos Estados Unidos passou a exigir que jornalistas credenciados obtenham a aprovação do governo para publicar qualquer informação, confidencial ou não, que diga respeito à pasta. Os profissionais que não cumprirem a determinação podem perder a autorização de acesso ao Pentágono.
As condições, comunicadas na sexta-feira, 19, à noite, representam novo desdobramento no conflito entre o governo de Donald Trump e veículos de imprensa.

De acordo com documento que estabelece as diretrizes, informações relacionadas ao Departamento de Defesa “devem ser aprovadas para divulgação pública por um funcionário autorizado, antes de sua publicação, mesmo que não seja confidencial”. A nova norma inclui informações obtidas com fontes anônimas e fora dos canais de comunicação oficiais.
Já o descumprimento da regra é mencionado como motivo para a retirada da credencial dos profissionais.
A determinação vem sendo criticada por especialistas, que apontam ataque à liberdade de imprensa. “Se as notícias sobre as nossas Forças Armadas devem ser aprovadas primeiro pelo governo, o público então não pode receber informação independente”, afirma o presidente do Clube Nacional de Imprensa de Washington, Mike Balsamo.
Lá Fora
“Só vai receber o que os funcionários querem que vejam. Isso deveria alarmar todos os americanos“, acrescentou ele, defendendo a revogação imediata da medida.
Em tom ameaçador, por sua vez, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, defendeu as restrições. “Use sua credencial e cumpra as normas ou vá para casa”, escreveu ele na plataforma X.
Hegseth foi pivô de uma crise com a imprensa em abril, quando teria compartilhado com familiares e amigos em um grupo do aplicativo de mensagens Signal informações sobre bombardeios no Iêmen. O ato, segundo críticos, expôs segredos militares dos EUA.
O secretário afirmou repetidamente que nenhuma informação confidencial foi revelada no chat, apesar de incluir horários precisos para o lançamento de ataques aéreos dos EUA e alguns detalhes de alvos que, no geral, são considerados sigilosos antes de uma operação militar surpresa como a do Iêmen.
O presidente Trump, depois de processar vários veículos de imprensa, incluindo o Wall Street Journal e o New York Times, voltou a dizer na sexta que considera a cobertura midiática sobre ele “excessivamente negativa”.