Novo Bolsa Família vai custar R$ 53 bilhões em ano eleitoral, 51% a mais que programa atual

Cartão do Bolsa Família (Divulgação/O Globo)

Com informações do O Globo

BRASÍLIA – O novo programa social que Jair Bolsonaro pretende lançar em substituição ao Bolsa Família vai custar R$ 53 bilhões em 2022, ano de eleições e no qual o presidente pretende concorrer à reeleição.

A cifra será 51,4% maior que a reservada ao programa neste ano.  A verba, segundo uma fonte do alto escalão do governo, será prevista na proposta de Orçamento para a União no próximo ano, que será encaminhada ao Congresso em agosto.

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Na nova versão do Bolsa Família, o valor médio do benefício, que está em R$ 189, deve ficar em torno de R$ 270. Além da mudança nas faixas de valores, o governo pretende incluir cerca de três milhões de famílias, alcançando 17 milhões no total.

Bolsonaro pretende mudar o nome do programa, criado na gestão do ex-presidente Lula, para transformar o novo Bolsa Família em uma das principais vitrines da campanha à reeleição em 2022.

O projeto será enviado ao Congresso até agosto para começar a rodar em novembro, quando está prevista a saída de cena do pagamento do auxílio emergencial, prorrogado até outubro.

Neste ano, o Ministério da Cidadania terá uma sobra de recursos devido à migração de parte dos beneficiários do Bolsa Família para o auxílio emergencial. O orçamento inicial para este ano foi de R$ 35 bilhões.

Governo já conta com recursos da reforma do IR

Para fechar os R$ 53 bilhões necessários em 2022 será preciso cortar despesas e rever investimentos. Caso o projeto de reforma do Imposto de Renda seja aprovado, o ticket médio do benefício poderá ultrapassar R$ 300, estima o governo internamente.

A equipe econômica já sinalizou que pretende usar uma parte da arrecadação obtida com as mudanças nas regras, como taxação de dividendos, por exemplo, para reforçar o programa social. 

Na nova versão, vários programas sociais do governo serão abrigados sob o guarda-chuva do novo Bolsa Família, como construção de cisternas, apoio à primeira infância, programa de aquisição de alimentos, qualificação, dentre outros.

Efeito na vida dos mais pobres

A ideia é incluir portas de saída para que as pessoas possam se emancipar e não fiquem dependentes do programa, disse a fonte.

Será também uma forma de o governo tentar reduzir o mal-estar que a crise representa para os mais pobres, com a alta da inflação concentrada em alimentos e itens básicos e a queda da renda com o alto desemprego.

Quem conseguir emprego com carteira assinada não perderá o benefício. E, caso fique desempregado, também não terá que ir para o fim da fila. 

Também fará parte do novo programa a concessão de microcrédito para famílias que moram nas áreas urbanas, crédito consignado, concessão de voucher para creche e outros serviços para mães com filhos pequenos, além de premiação em dinheiro para alunos que tiram boas notas e se destacam em atividades esportivas.

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