<strong>Novo <em>Cenarium</em>: A esperança nas mãos do povo!</strong>
Por: Simone Baçal e Aurora Boreal
23 de novembro de 2025Antes de tratar sobre o novo cenário brasileiro, é necessário, de início, abordar a desconstitucionalização tanto do sistema político, quanto das esferas social e cultural dentro do paradigma do Estado Democrático de Direito. Para situar este contexto, é preciso compreender o que foi o golpe contra a democracia brasileira, instalada pela perseguição e pelo desmonte da vontade popular, a partir do governo de Dilma Rousseff, em curtas palavras, o Golpe de Estado!
Iniciado desde 2016, o golpe foi um processo que culminou no desacordo com as regras constitucionais e no combate ao estado de bem-estar social. O estado, que cria as políticas públicas sociais, não é mais interessante, pois a natureza do estado neoliberal, é o mínimo para o social e máximo para o capital.
Este cenário foi se fortalecendo ao longo de 2018 a atualidade, e atingiu em cheio a maioria da sociedade (as camadas sociais empobrecidas), em todos os aspectos da vida social, seja na educação, saúde, moradia, emprego, cultura, lazer, entre outros. O paradigma do desmonte do Estado ganhou volume e forma, principalmente, no governo de Bolsonaro, onde a extrema direita, reforçou o desmonte dos direitos trabalhistas e dos demais direitos sociais, além de uma administração política nefasta, para o conjunto da sociedade, principalmente, no enfrentamento de uma das maiores pandemias já vivenciada no Brasil e no mundo.
A tratativa do atual governo e o negacionismo, verbalizado pelos meios de comunicação nacional, levou milhares de pessoas a incertezas e as desconfianças para com a ciência. A ciência foi desprezada ao longo de 4 anos de desgoverno, foram quase 700 mil vidas perdidas pela pandemia da Covid-19, o mundo assistiu e chorou as mortes de seus entes queridos, mas o Brasil poderia ter evitado essa catástrofe, se tivesse comprado as vacinas como os demais países compraram, com planejamento, antecedência e competência técnica.
Aliado a tudo isso, o atual governo, cortou 3,3 bilhões da Saúde Pública, para o orçamento de 2023, atingindo 12 programas de saúde e programas voltados à Ciência, Tecnologia e Inovação. Na prática, esses cortes representam a falta na compra, produção e distribuição de medicamentos para pessoas em tratamento com HIV, doenças como hepatite e infecções sexualmente transmissíveis. Atualmente, no Brasil existem 33,1 milhões de pessoas passando fome, dados do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 e, o atual governo, propôs o corte de 43 milhões destinados ao Programa de Alimentação de Nutrição para a Saúde.
O candidato derrotado, democraticamente, nas urnas, nunca escondeu o seu desprezo para com a população LGBTQIAP+ e ganhou fama com seus discursos radicais, desrespeitosos e raivosos, cheios de preconceito. Enquanto Deputado, Bolsonaro, foi contra o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006, que criminalizava a LGBTQIAPfobia (crimes de discriminação ou preconceito de gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero), assim como sempre se mostrou contrário a toda e qualquer política pública que assegurasse a essa população o direito básico ao respeito para com a sua dignidade humana, tudo isso, muitas vezes, disfarçado de “direito a opinião”.
O Brasil vem se destacando negativamente há 13 anos por encabecar a lista dos países que mais matam pessoas LGBTQIAP+ no mundo, ainda assim, em seu governo, Jair Bolsonaro extinguiu o Departamento de Promoção dos Direitos LGBTQIAP+, ignorando todas as estatísticas alarmantes e vergonhosas no que se refere à violência física e moral vivida diariamente por essa população.
Em certa ocasição, Bolsonaro afirmou, categoricamente, em um de seus discursos de que “as minorias têm que se calar e se curvar diante da maioria”. E, aproveitando a fala do próprio, o questionamento que fica é: Após a derrota nas urnas, o mesmo irá se calar e se curvar para a maioria que escolheu não o reeleger, sendo ele, o primeiro Presidente da República a tentar a reeleição e não conseguir um segundo mandato, desde que a reeleição foi instituída, em 1997?
Este cenário é caótico e desumano, mas a luz no fim do túnel surgiu no coração de milhares de brasileiros, que vivem na pobreza e na desesperança, essa luz é um estadista, que foi eleito democraticamente em 30 de outubro de 2022, chamado Luís Inácio Lula da Silva, que ainda nem iniciou o seu mandato e já demonstra força e vontade política de fazer valer os direitos sociais para quem de fato necessita.
É notório que o novo Governo Federal enfrentará um grande desafio, afinal, reconstruir o país após todos os desmontes feitos em áreas preciosas para uma nação, como a saúde e educação, não é algo que se faz da noite para o dia. O Presidente eleito, Lula, devolve a esperança, que foi arrancada das mãos do povo, que clama por dias melhores, de comida na mesa, de mais livros e menos armas, de mais inclusão e tolerância, de mais oportunidades aos jovens, mais saúde aos idosos, proteção às mulheres e de respeito para com a nossa democracia e as Instituições.