Novo ministro da Defesa diz que golpe de 1964 serviu para ‘pacificar’ o País

O texto foi divulgado em alusão aos 57 anos do golpe de 31 de março de 1964 (Jorge William/Agência O Globo)

Com informações do O Globo

BRASÍLIA – O novo ministro da Defesa, general Walter Braga Neto, afirmou, em nota, que o período da ditadura militar serviu para “pacificar o País” e deve ser celebrado. Braga Netto disse que, na época, as Forças Armadas enfrentaram “desgastes para reorganizar o Brasil e garantir as liberdades democráticas que hoje desfrutamos”. O texto foi divulgado em alusão aos 57 anos do golpe de 31 de março de 1964.

“As Forças Armadas acabaram assumindo a responsabilidade de pacificar o País, enfrentando os desgastes para reorganizá-lo e garantir as liberdades democráticas que hoje desfrutamos”, diz Braga Netto no texto.

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“O movimento de 1964 é parte da trajetória histórica do Brasil. Assim devem ser compreendidos e celebrados os acontecimentos daquele 31 de março”, afirmou em outro trecho.

O ministro relembrou a Lei da Anistia, aprovada pelo Congresso Nacional, dizendo que ela “consolidou um amplo pacto de pacificação a partir das convergências próprias da democracia”. “Foi uma transição sólida, enriquecida com a maturidade do aprendizado coletivo. O País multiplicou suas capacidades e mudou de estatura”, escreveu.

Braga Netto afirmou, ainda, que “o cenário geopolítico atual apresenta novos desafios, como questões ambientais, ameaças cibernéticas, segurança alimentar e pandemias”.

“As Forças Armadas estão presentes, na linha de frente, protegendo a população. A Marinha, o Exército e a Força Aérea acompanham as mudanças, conscientes de sua missão constitucional de defender a Pátria, garantir os Poderes constitucionais, e seguros de que a harmonia e o equilíbrio entre esses Poderes preservarão a paz e a estabilidade em nosso País.”

O colégio de líderes do Senado avaliará, na segunda-feira, um requerimento de Alessandro Vieira (Cidadania-SE) que convida Braga Netto a prestar esclarecimentos no parlamento sobre as mudanças na pasta. Alessandro Vieira quer que o novo ministro explique se a mudança na pasta ocorreu para que o ministério, que buscava se manter a certa distância da política, tenha uma postura alinhada com o governo, o que levaria as Forças Armadas a realizarem política de governo, em vez de política de Estado. Pacheco diz que o convite será apreciado pelo colégio de líderes e, se houver consenso, será levado ao plenário.

Leia nota divulgada pelo ministro na íntegra:

MINISTÉRIO DA DEFESA

Ordem do Dia Alusiva ao 31 de março de 1964
Brasília, DF, 31 de março de 2021
Eventos ocorridos há 57 anos, assim como todo acontecimento histórico, só podem ser compreendidos a partir do contexto da época.

O século XX foi marcado por dois grandes conflitos bélicos mundiais e pela expansão de ideologias totalitárias, com importantes repercussões em todos os países.

Ao fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo, contando com a significativa participação do Brasil, havia derrotado o nazi-fascismo. O mapa geopolítico internacional foi reconfigurado e novos vetores de força disputavam espaço e influência.

A Guerra Fria envolveu a América Latina, trazendo ao Brasil um cenário de inseguranças com grave instabilidade política, social e econômica. Havia ameaça real à paz e à democracia.

Os brasileiros perceberam a emergência e se movimentaram nas ruas, com amplo apoio da imprensa, de lideranças políticas, das igrejas, do segmento empresarial, de diversos setores da sociedade organizada e das Forças Armadas, interrompendo a escalada conflitiva, resultando no chamado movimento de 31 de março de 1964.

As Forças Armadas acabaram assumindo a responsabilidade de pacificar o País, enfrentando os desgastes para reorganizá-lo e garantir as liberdades democráticas que hoje desfrutamos.

Em 1979, a Lei da Anistia, aprovada pelo Congresso Nacional, consolidou um amplo pacto de pacificação a partir das convergências próprias da democracia. Foi uma transição sólida, enriquecida com a maturidade do aprendizado coletivo. O País multiplicou suas capacidades e mudou de estatura.

O cenário geopolítico atual apresenta novos desafios, como questões ambientais, ameaças cibernéticas, segurança alimentar e pandemias. As Forças Armadas estão presentes, na linha de frente, protegendo a população.

A Marinha, o Exército e a Força Aérea acompanham as mudanças, conscientes de sua missão constitucional de defender a Pátria, garantir os Poderes constitucionais, e seguros de que a harmonia e o equilíbrio entre esses Poderes preservarão a paz e a estabilidade em nosso País.

O movimento de 1964 é parte da trajetória histórica do Brasil. Assim devem ser compreendidos e celebrados os acontecimentos daquele 31 de março.

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