Novo papa foi criticado por condução de denúncias de abuso sexual
Por: Cenarium*
08 de maio de 2025
MANAUS (AM) – Apesar de elogiado por seu apoio a imigrantes venezuelanos e visitas a comunidades isoladas, durante sua trajetória religiosa, o cardeal americano Robert Francis Prevost, eleito como novo papa nesta quinta-feira, 8, já enfrentou críticas por sua atuação em casos de abuso sexual. Uma mulher que diz ter sido abusada por padres antes do episcopado de Prevost o acusa de má condução das investigações e de permitir que um dos acusados continuasse celebrando missas.
O caso ocorreu no Peru. A diocese afirma que o cardeal abriu investigação posteriormente encerrada pelo Vaticano, mas que foi reaberta após sua saída. Seus defensores dizem que Prevost é alvo de campanha difamatória por parte de um movimento católico peruano dissolvido por Francisco.
Em Chicago, ativistas dizem que sua ordem não avisou uma escola católica próxima de que um padre acusado de abusar de meninos por anos estava abrigado num mosteiro vizinho desde 2000 — mudança que teria sido aprovada por Prevost.

Ele não respondeu aos pedidos de entrevista do The New York Times para este perfil, preparado antes de sua escolha como papa. Amigos afirmam que escolhe cuidadosamente suas palavras. Comparado a Francisco, seu tom é “mais sereno”, segundo o padre Alejandro Moral Antón, seu sucessor na liderança agostiniana. “Enquanto Francisco fala imediatamente o que pensa, Prevost se contém um pouco.”
Nomeado em 2023 por Francisco para comandar o departamento que escolhe e supervisiona os bispos no mundo todo, Prevost passou grande parte da vida fora dos EUA. Foi ordenado padre aos 27 anos, obteve doutorado em direito canônico em Roma e trabalhou no Peru como missionário, pároco, professor e bispo. Como superior dos agostinianos, viajou o mundo e fala espanhol e italiano fluentemente.
Reservado e discreto, Prevost difere de Francisco no estilo. “Ele não tem excessos”, diz Falcone. “Abençoa bebês, mas não os pega no colo.” Seus apoiadores esperam que ele continue o processo consultivo iniciado por Francisco, envolvendo leigos nas decisões da Igreja.
“Sei que o Bob acredita que todos têm o direito e o dever de se expressar na Igreja”, diz o padre Mark Francis, colega de seminário e hoje líder da ordem dos Clérigos de São Viator nos EUA.
No entanto, Prevost demonstrou menos abertura em relação à população LGBTQIA+. Em 2012, criticou a simpatia da mídia ocidental por crenças e práticas que, segundo ele, vão contra o Evangelho —citando explicitamente “o estilo de vida homossexual” e “famílias alternativas compostas por casais do mesmo sexo e seus filhos adotivos”.
Como bispo em Chiclayo, no Peru, também se opôs à inclusão de conteúdo sobre gênero nas escolas, afirmando que a chamada “ideologia de gênero” era confusa e criava “gêneros que não existem”.